quarta-feira, julho 21, 2010

equacionando o problema (e copiando a resolução da página 324-315)

eu tô com um problema. Sério. o problema é sério. embora seja irrelevante. mas como é meu e é sério, ganha algum contorno.

eu tenho levado o blogue a sério. muito a sério. tão a sério, que ele ficou importante. tão importante que o texto que surge aqui, deve ser bom. muito bom. tão bom que não é fácil de fazer, tão não-fácil (EU SEI que é sem hífen, mas sou um escritor caprichoso) que não faço. se não faço, não posto, não blogo, nada há pra se ler aqui.

claro, há uma razão pra isso? é evidente, é fácil de saber. embora eu não saiba qual é.

 

aconteceu muita coisa nesse tempo: não consegui escrever e tentei umas experimentações; consumi minhas economias pagando as contas; tive que voltar a escrever roteiros institucionais, mas não deu; precsiava de algum dinheiro pra pagar minhas aulas de natação; fugindo de credores, cheguei à casa dela.

 

fiquei um tempo lá, me vendi, me aluguei, me diverti - é verdade. mas não escrevi. nem uma maldita linha. nenhuma uma abençoada linha. chegou o tempo em que a falta de atender a mim mesmo me afundou. e novamente tive que fugir dessas cobranças de dentro de mim

 

escapei, corri e mergulhei fundo e agora me sinto, perdido e ainda sem rumo. ao léu. e sem ter aprendido a nadar.

 

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sexta-feira, julho 09, 2010

Liguei pro meu pai...

liguei pro meu pai. 

sempre conversamos sobre o futebol. eu, com a função de alimentá-lo de notícias do Corinthians, já que meu pai além de morar no interior, não manja (ou maneja) internet.

entre a possível saída de Felipe da meta alvinegra e a improvável reforço de atacantes ao elenco do Timão, falou:

- tu te lembra do Epídio? irmão do tio Carlos?

- lembro, tudi bem com ele?

- é... pode-se dizer que mais nada de mal vai acontecer: ele morreu.

- ih, caramba... e o tio, ficou abalado?

- sempre, né? sabe como ele é. infarte, tava ali em Ampére e morreu.

- do nada?

- é, mal súbito. 

- triste...

- triste, né? Ele tinha a minha idade.

 

em seguida ele voltou ao protocolo. E o trabalho? E o clima? Mais alguma novidade do futebol? mas naquele pequeno instante, ele se mostrou inteiro: lembrou que as pessoas morrem.

óbvio, mas e nossa segurança pra viver. esquecer que a morte é um fio de cabelo, é um apendicite.

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liguei pro meu pai

- (...) mas então, tudo certo com os tios?

- tudo, tudo.. tudo bem... tu lembra do Rafael? Rafael Benneb.

- Rafael, Rafael... aquele que estudou comigo no pré?

- isso...

- ele não tava em uma clínica de reabilitação... drogas, né?

- tava, saiu e tava bem... até que começou a beber.

- muito?

- ele morreu de cirrose essa semana.

- ele fazia a niversário em março também, sabia....

 

protocolo. minha vez de pensar na vida em fios de cabelos enrolados.

 

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