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Travaille
Queremos paz - Gotan Project
LavoroEu, no meu papel de redator, reviso fuins de furadeiras e apago batidas de porta. Pontuo o tempo até a saída, tiro a vírgula das aflições, ponho um
parágrafo no seu desabafo e reticentio meus dentes morderosos.
Imprimo o desabafo e comparo os meus medos num arquivo .PDF: o texto é bom, (a)fora um ponto e vírgula; mas vai fora de FORMATO.
São, entre os entrelinhas.
Do lado de dentro - Los Hermanos
Janela IIA mocinha sorria: o vestido de pano cru vermelhinho, o realce nos olhos com a sombra da veneziana, as mãos cruzadamente sobre o batente da janela (por mais que ele tivesse batido no vidro), o bilhete muitamente lido (já rasgado nos vincos da dobra e colados com duréx), o cabelo penteado às diversas.
A mocinha sorria e esperava, ajanelada.
No começo a mãe era contra, o pai não gostava. Mas a mocinha não sai da janela. Sorrindo e esperando. Lê, come, morde os lábios, bebe, regarda, debruça, coça, conversa, rega as plantas, quasedormeia.
A mocinha vive, espera e sorri.
Ali, enquadrada: vive, espera e sorri nessa janela hoje, há 63 anos.
Sleeping in - Postal Service
Um comentário rápidoO fato de do vice-presidente José Alencar ser destituido de sua vicessidade e empossado Presidente da República Federativa do Brasil em um hospital TEM QUE ser mais que uma mera coincidência envolvendo a democracia brasileira...
Thom Yorke - The eraser
Formatura do Lauro
Tiago 'insano' Perreto/ eu/ Lauro ' Psycho'/ Rafael 'Picareta' CaneparoNational anthem - Radiohead
O rídículoO rapaz, perdido em intelectualices e bobagens, sobe a escada da biblioteca com um papelzinho na mão.
Ávido, procura os números do papel na estante.
Olha pro livro, sente sua cabeça pesar. Sente o olho pesar. Não aguenta, cai sentado.
Permanece imóvel, olhando pra um livro de Roman Jakobson e não vendo perspectivas.
Welcome to the machine - Pink Floyd
Atenção, passageiros: parada de 60 anos no posto Vida pra lanche!Syd levantou após esperar que as pessoas saissem do ônibus. Pra que esperar em pé, se podia permanecer, atirado e amortecido, nos dois bancos.
Levantou calmamente, tirou os fones dos ouvidos e apertou STOP[]. A fita TECou. Ele andou para fora.
Sentiu-se irritado com a luz forte, com o frio e com o lugar estranho.
Um homem de branco bateu nas suas costas e pediu passagem. Syd andou e olhou desconsalado pra frente.
Rapidamente, Syd entrou na lancheria.
Obviamente, pediu um suco Pink e uma torta Flóide, os itens baratos do menu. Quando terminou de comer, Syd levantou pra dar uma volta.
Caminhou um pouco pelo patiozinho desse posto desolado, desse parêntese entre nada e coisa nenhuma. Com um cano de ferro, que estava ali, atirado ao chão, escreveu seu nome no cimento fresco. E depois, na terra.
Deu PLAY|>| em seu walkman.
Tão logo a música começou, encheu-se. Arrebatado por uma fúria inércica, [], e arrancou a fita do aparelho.
Mas ao invés de atirá-la na escuridão distante, deixou ela como presente a quem quiser ouvir, ao lado de seu nome escrito na terra.
Embarcou no ônibus e ficou olhando pela janela, esperando a hora de partir.
Shine you crazy diamond - Pink Floyd
Promessas de final de CopaTem gente que faz promessa de fim de ano. Eu faço de fim de Copa.
É uma forma de ocupar aquele vazio que se apodera de mim, após 1 mês de futebol de modo intenso. Há quem chame esse vazio de Depressão Pós-Copa.
Uma vantagem dessa modalidade de promessas e estabelecer de metas pessoal é o tempo possível para sua realização. O período é tão longo que basta beber a taça da vitória ao final ou amarrar a sacolinha da derrota e pôr no lixo reciclável.
Das promessas de 2002 até aqui, a dever uma maior dedicação ao trabalho autoral. De resto, ganhei uns benéficos quilos, a possibilidade de pagar contas com meu próprio dinheiro, VOCÊ (principalmente), entrei em Letras (mestrado conta como benefício extra), completei Monstro do Pântano e Homem-Animal e sei lá mais o quê.
Pra 2010, o que vai na lista?
Respect - Aretha Franklin
A geometria do futebol
Minha história (Gesubambino) - Chico Buarque