quarta-feira, março 20, 2013

Goodbye everybody, I've got to go

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bem, esse é o adeus ao Posterous, que fechará as portinhas virtuais no dia 30 de abril.

já mandei todo o conteúdo daqui lá para o Wordpress e novas postagens serão sempre por lá.

aqui é a casa nova.

nos vemos lá?

e aqui são músicas de despedida:

[adoro essa]

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terça-feira, março 19, 2013

Mandar livros pelo correio

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[imagem veio daqui ó]

se você tem o hábito de mandar livros pros seus amigos pelo correio e isso está te levando à falência ou se você não manda nada pra ninguém porque acha que o sedex é caro, espera um pouco, relaxa, ouve uma musiqueta e vem comigo.

hoje quando fui enviar prum amigo que faz engenharia o belo Andar de bêbado (e mais uns gibis da Turma da Mônica) descobri que, além de que a agência do correio perto do trabalho ter fechado e se mudado de lugar (o que a deixa mais perto, apesar hoje de ter me feito andar mais), existe uma tarifa barateadora que se aplica a livros.

sim, estarrecidos que me leem. existe um lance pra você pagar menos. a parada se chama Registro Módico.

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[Hagar, o Horrível, de Dik Browne]

não, é MÓDICO.

ele se aplica a algumas coisas (confiram lá no sítio da ECT) e entre ela a livros. porque qualquer pacote que passar de meio quilo precisa ser abraçado pela máfia do Sedex, abandonando suas humildes origens de encomenda comum.

se você, responsável pelo envio da bagaça, declarar que se tratam de livres humildes, você cai na categoria módica e a dolorosadespensa de 30 e poucos reais pra 7ão. observe que vários picolés, paçoquinhas e cafés de cantina podem ser comprados com a diferença.

agora, se você achou que fiz muita gracinha e expliquei pouco, duas atitudes devem ser tomadas: 1) me deixa e 2) leia este link aqui bem mais compormetido com a clareza do que eu.

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terça-feira, março 12, 2013

O menino que salta pra alcançar o galho da árvore

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esperava pra atravessar a rua hoje quando vi um menino.

era menino assim, vestido bem de criança.

eu ouvia Yo La Tengo e ele corria ma non troppo com uma lista e (vamos afirmar, mesmo sem certeza - vamos? nós quem?) uma nota de dinheiro na outra mão.

ele correu pela faixa de pedestres sem tocar nenhuma vez no asfalto negro, pondo os pés só na parte branca da zebra. já na praça, porção de concreto cercada por carros de todos os lados, combatia Dom Quixotes e lutava contra sua altura, pulando pra tocar galhos de árvores.

meio corria, meio saltava.

não conseguiu.

parecia faceiro.

eu atravessei a faixa, hipnotizado pelo rastro daqueles movimentos. enquanto ouvia loose no more time, cause it's been fun e pisava em todas as faixas, numa proustada, quem corria lá era eu, a cidade era Francisco Beltrão, o sol era o mesmo, o jeito de correr era o mesmo e o entusiasmo com vida era o mesmo.

 eu já fui ele. ou melhor, ele já foi eu. e eu também não conseguia alcançar o galho alto que me daria o título mundial de salto em árvore.

só uma vez ou outra.

ele desapareceu em sua correria pra bater a lista, atender a mãe e voltar pra ver seus desenhos  na TV, enquanto escolhe as cores dos personagens que inventou ontem, esparramado no chão de madeira da sala.

atravesso a rua e, sem saltar, estapeio leve uma folha em um galho.

é uma pena que ele não tenha fones. e que eu não tivesse.

na última tentativa antes de sumir do dia, ele alcançou o galho.

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segunda-feira, fevereiro 18, 2013

Ver Tarantino no cinema

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eu me sinto obrigado a ver Tarantino no cinema.

obrigado por um piá de 15 anos. sorte do menino que não tenho nenhum problema em assistir os filmes do Tarantino. eu gosto muito, mas ele já deixou de ser meu cineasta favorito há algum tempo.

assisti a todos que pude no cinema, ou seja, de Kill Bill - Volume 1, pra cá.

mas minha principal satisfação de ver Django Livre no cinema tem menos a ver com a direção, os diálogos e a fotografia, do que já teve. tem mais a ver comigo e com o menino adolescente.

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(que todo mundo deve ter sacado que sou eu mesmo, porque sou meio ruim de guardar segredos. é o Lielson de agora fazendo o que Lielson de Francisco Beltrão, sem cinema e sem vídeo-cassete não podia fazer)

em outra circunstância, seria só uma vingança besta contra o mundo, um grito desgraçado perdido numa escada abaixo. mas como é de mim que eu falo, é de um eu ligado a um outro-eu por uma espichada de tempo, é um prêmio dado a tempo (e fora do tempo): eu levo aquele adolescente a ver o seu cineasta favorito no cinema, a encarar em uma grande tela alguém que o influencia e o influenciará.

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sem ter de torcer pra chegar na locadora de vídeo o VHS, e aí organizar uma noite de filmes e SuperNES com o amigo pra ver o filme, decorar diálogos, rever e comer pão com bife. é legal também, mas o que sobra dum lado, falta de outro.

cercado por desconhecidos, estou só no cinema. eu que sou dois (pelo menos dois), encarando as luzes de Tarantino. sorrio nervoso, meu estômago afunda em si mesmo e me sinto bem em ser essa audiência. obrigado, Taranta. bom filme pra todos nós.

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sexta-feira, fevereiro 15, 2013

A cidade Zumbi

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Foto de Daniel Castellano, para a Gazeta do Povo

eu gosto de Curitiba. vivi mais de uma década lá, tomei café na XV, passei frio na reitoria da UFPR, vi os primeiros shows do ruído/mm, vi o Trevisan andando em círculos na Santos Andrade, e - o que eu mais gostava - caminhei bastante por toda a cidade.

meus pés e as ruas de Curitiba tem um bruta dum affair interrompido, mas nunca apagado ou resolvido.

por isso e pelos amigos e parentes, volto pra lá vez por outra. tipo no Carnaval. Afinal, são poucos os lugares com um carnaval tão inofensivo quanto o de Curitiba - defendo até a institucionalização do não-carnaval curitibano -- sim, com hífen, tamanha sua negação.

e nesse saudável carnaval, a cidade virou zumbi.

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não tô lembrando só da divertida zombie walk, que talvez seja a melhor ideia de brincadeira coletiva para adultos (sem ideologia marcada) já inventada. é uma evolução do flashmob. ou um fashmobão.

aliás, tô pensando sim nas fantasias zumbizentas na rua, mas não só.

Curitiba toda virou zumbi.

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(a foto não é de Curitiba. coloquei ela só pelo impacto visual)

além dos eventos desmortos do carnaval, e do jargão de que os usuários de crack parecem zumbis, trôpegos, enrolados em farrapos, feridos, fedidos e delirantes que tomam as ruas como se vivessem uma Zombie Walk em sua half-life, há ainda um ar de morto por todos os lugares.

acompanha comigo: ninguém nas ruas, lojas fechadas, shoppings lotados, aquela nevoazinha e é claro, o cenário de guerra que recebe o viajante na rodoviária da cidade.

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torço pelo clichê, mas não me encontro com as bolas de feno rolando pela rua.

é engraçado: um texto sobre uma cidade que encontrei meio-morta, num blog que tem dificuldades de se manter vivo se contrasta com um lugar que lembra muito da minha vida.

não, não é engraçado. até sorrio, mas não sei o que é. engraçado, não.

na minha cabeça, tudo está disponível: os cafés, as livrarias, a Biblioteca Pública, a universidade, o rumo da minha (ex) casa no Alto da XV.

Aqui Curitiba vive.

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