sexta-feira, dezembro 23, 2005

Infâmias Efêmeras: outra

PARTE SEGUNDA - Quando a História de Uma Despedida É Tecida Por Lágrimas, Palmas, Canções e algum Improviso.

O cortejo era grande. vários homens negros e homens brancos vestido de negro. Mulheres e crianças também. de negro. brancos e negros. E negras e negrinhas.

todos em torno daquele buraco raso e tão profundo. Tão fundo quanto o mundo. E só cabe um homem.

Músico. Ele era músico. Por isso a spessoas cantam. E divertem. A lápide, bem própria e apropriada, diz com propriedade tumular:

AQUI JAZZ MILES DAVIS


Life in a glasshouse - Radiohead

terça-feira, dezembro 20, 2005

Infâmias Efêmeras

PARTE PRIMEIRA - Quando a História de Um Beijo Que Desenlaça Um Romanção É Contada.

- Por que você me beijou, assim, sem aviso de repente, um minuto antes do fim do mundo?
- ah, porque eu KISS.


She saw me coming - Rolling Stones

terça-feira, dezembro 13, 2005

A vida em preto e branco (com cotas pra cinzas)

Cercada.
Um fundo negro, três Capangas me cercando, e ele, de longe me vigiando.
Se me salvo pela frente, me atropela com o Cavalo. Se tiro um dos Capangas do lado do jogo, me derruba com aquele Gigante lá.
Se quebro esse de trás, seu Padre Negro me põe no chão.
Que faço?

Se eu passar pro fundo branco, em dois tempos me pega...

Mas tem uma criança lá, não tem?
Ganhar tempo. Sim.
Renascerei.
Mais um corpo.
Esse, cairá. Tombará.
Será retirado da disputa. Mas minha alma voará por todas essas casas e renascerei.
Estarei do lado dele (o adversário, o chefão, o manda-chuva).
[lance]
Fui para lá, ganhar tempo.
Outra Moto me cerca.
[lance]
Anda, meu filho.
O Gigante se aproxima.
Desvio.
Levanta seus braços enormes. Aperta. Estou fora do jogo.
Por enquanto.
Vai, minha criança. Troque seu corpo por minha alma. Nenhum pequeno roque o salvará. A vitória será nossa...


Killer queen - Queen

quinta-feira, dezembro 08, 2005

Sim : Senhor sim

de : hoje nada
amanhã : alguma novidade
só : Deus sabe

que : so - no
tudo : de novo
T : U - D
o : oO
~no meio do deserto, o gigante goyesco, come grotesco, come, não, como que bebe dois relógios e palita os dentes com os ponteiros : um smile pula na calçada - uma lagarta listrada lustra meu rosto com luz, feliz \o/~
trinado : susto - desperto
já : outro hoje
maldita : 3 grita
deitado : 3 4
6 : 34|


2:19 - John Rammond Jr.

terça-feira, dezembro 06, 2005

Um bilhete futuro, pra resolver uma treta passada ou uma simples lista de lembretes. Ou seria só um lembrete num post it amarelinho?

ei, ei Lindona

fui na UFPR de última urgência resolver uma coisa.
Volto 19h.
Se puder, compre pra nós:
- ameixas
- leite
- nova tradução do Ulisses
- pão eslavo
- morangos do campo eterno

Beijão. te amo.

Lz

PS - eu sei que não estou errado por ter um ponto de vista, mas usei a frase errada. A melhor possível seria "não me leve tão a sério".


Free - Cat Power

domingo, dezembro 04, 2005

Ah, o futeba...

A emoção dos torcedores do time campeão em um campeonato de pontos corridos é diretamente proporcional à adição do número do produto subtraído com o fator multiplicatante dividendo de uma dízima periódica.

I can' t get no (satisfaction) - Bjork & PJ Harvey

quarta-feira, outubro 26, 2005

32 versões

Cara, seu fosse a Hilda Hilst diria que essa coluna tá foda..
[>>>]

Só vale discordar lendo...


Brazil - The Arcade Fire

domingo, outubro 16, 2005

Carlos, o calmo

Carlos era um cara legal. Camaradinha, asseado e cidadão no sentido laponês do termo.

Carlos desperta um dia e descobre-se preso ao desconhecido.

Uma corda amarra seu tornozelo pela manhã. Ao que ela liga a perna de Carlos, é algo que ainda não sabemos.

Carlos acorda para mais um dia desses aí e percebe estar amarrado.

Que coisa não?

Uma dúvida enlaça Carlos: quanto tempo essa corda prende seu pé? Onde estará a outra ponta? Quais são os limites da corda?

Bom, se eu fosse um narrador desses profissionais usaria uns artifícios pra criar tensão, esticar a narrativa, amarrar o leitor e coisa e tal.

Como não sou, digo que o tal do Carlos (que eu nem lembro mais porque deveria ser calmo) andou até cansar, percorreu a corda de volta como se ela fosse um fio de Ariadne ou como uma linha no labirinto do Minotauro (acho que até ia rolar um inter-texto, saca?)e descobriu que ela estava enrodilhada na droga do pé da cama dele. brochante né?

Se bem que dava até pra fazer ele estar ligada a outra pessoa e eles baterem um papo forte sobre as coisas.

Hmmm...

Ah, sei lá tô meio enrolado. Acho que a corda tava era no meu pé.


Under control - Strokes

quinta-feira, setembro 22, 2005

Tinindo

Coluna nova no Tinidos.
[>>>]

Ah, Harvey Dent é o Duas-Caras, personagem da galeria de vilões do Batman.


Perdendo os dentes - Pato Fu

domingo, setembro 18, 2005

Chez moi

Casa nova. Na verdade, aquela minha, antiga. Na verdade, do Túlio, não minha. Mas moro aqui de novo.

Eu mudei de casa duas vezes, e ao voltar pra cá encontro a conta de luz ainda no meu nome.


Changes - David Bowie

terça-feira, setembro 13, 2005

Sou um crápula eu sei

Sei que sou um crápula. Um canalha. Um patife. Porco. Cachorro. Bastardo. Putardo. Filho da puta. Pilantra. Tosco. Desalmado.

Mas não foi culpa minha. A culpa é sua!

SUA.

Não tive culpa nenhuma. Acordei e ela tava ali. Inteira e nua. Levei meu braço sonolento para a minha direita e deparei com ela.

Sim, dormi com ela. Foi inevitável. Ela entrou no meu quarto a noite, sorrateira. Entrou pelas cobertas, já despida, e deitou ali.

Só passei a noite, não dormi com ela.

Acordei abraçando-a, só por não ter outra opção: saí do sono para os seus decepcionantes braços: o abraço vazio da inesgotável Ausência de ti.


Veja bem meu bem - Los Hermanos

quarta-feira, setembro 07, 2005

A festa de casamento entre o céu e o inferno

De bananas da terra e laranjas do céu, alimentaram-se homens e anjos.

If god will send his angels - U2

terça-feira, setembro 06, 2005

Ken?

Estamos cercados.

Plástico por todos os lados.

Além, o papel. Além de papel, papelão.

Submissos ao papel-moeda. Merda.

Nessas horas odeio ser uma barbie no meio da pilha.


Doll - Foo Fighters

segunda-feira, setembro 05, 2005

Crítico aos prantos no canto

Se eu escrevesse uma coluna de literatura, JAMAIS falaria mal do Chico Buarque como escritor.

Se, num dia de loucura, tomasse a insânia de tal, receberia reclamações como essas:

Na minha opiniao a literatura foi feita realmente para poucos (so p quem sabe compreende-la), falar mal de um livro como Budapeste do Chico é realmente para quem nao tem essencia e nao sabe admirar uma belissima obra, o livro é inteligentissimo e fascinante. Chico é d , merece uma cadeira na ABL.

E teria que responder:

olá, Chica

eu, ao contrário de você, não tenho essa visão elitista da literatura.
não acredito que ela seja para poucos.
sei que, infelizmente, ela chega a poucos. Uma das funções dessa coluna que escrevo, é fazer com que as pessoas leiam os livros e tenham suas próprias opiniões. Nisso se dilue minha essência.

infelizmente, o genial compositor Chico Buarque passa mal como romancista.
(desculpe, não é culpa minha)
Quanto à ABL, podemos poupar o Chico dessa.
Ele é melhor que o Paulo Coelho, Zélia Gattai e a legião de medíocres que tomam chá com as bundas imortais em cadeiras centenárias.

Obrigado pela opinião.

Lz


Mas eu JAMAIS faria nada disso.


Vai passar - Chico Buarque

sábado, setembro 03, 2005

Lugar reservado para idosos e deficientes

Um senhor de 90 anos entrou no Bonde e eu, gentilmente, cedi meu lugar a ele.

Coluna sobre o último livro do García Márquez

Olhem. Caso não queiram ler, vejam pelo menos as fotos.


Horizonte distante - Los Hermanos

sexta-feira, setembro 02, 2005

Arte moderna

Acho que uma arte moderna, é um tipo de arte que diz respeito ao seu tempo. Que incorpora como elementos estéticos, valores que permeiam o corpus social.

Por exemplo, o surrealismo só poderia surgir mediante as descobertas de Freud e seu acolhimento pela burguesia européia do começo do XX.

Ontem, na porta embassada do ônibus, um rapaz escrevia com o dedo. Numa outra, a moça desenhava com a sombrinha.

Ele, letras, hieróglifos, poesia sem poética. Ela, desenho, traços, sem perspectiva e sem representação.

Juntos, ele com manga da jaqueta, ela com o pano da sombrinha, apagaram o que haviam feito. Sua arte sem expectador pode ser apreciada por 7 segundos.

Arte moderna, no talo.


The importance of being idle - Oasis

quarta-feira, agosto 31, 2005

Viagens da tua terra

Tem esse feriadão aí. Estive prospectando alguns lugares que gostaria de conhecer e seus devidos complicadores:

Wonderland - no pós 16 de julho de 1904, quando Odisseu travestido de irlandesa jogou um catálogo inteiro de naus traduzido em hexâmetros sobre a mesa de chá do chapeleiro, a obtenção do visto se tornou difícil. A Rainha de Copas exige a cabeça como imposto.

Passargada - cheio de novos intelectuais. É um saco. Até o Bandeira largou os bets. Sem falar na taxa cambial, que é uma verdadeira pedra dos rins no meio da uretra.

Utopia - essa nem parece mais a mesma. Lotada de comunistas pobres, que não são nem mais vermelhos, mas rosas desbotados pelo sol. Sem falar no índice elevado de adolescentes virgens.

Terra do Nunca - nunca se consegue vagas. Nunca se chega na hora. Nunca se é bem atendido. Nunca fazem promoções. Nunca fui.


Palo alto - Radiohead

sábado, agosto 27, 2005

Crimes ao modo moderno

Pra onde foi o mãos ao alto, isso é um assalto? Perderam a rima, a graça e me perderam a coragem.

Nada de roupas com listras com 176-167 pendurado no peito e máscara preta pra cobrir os olhos.

Não.

Pessoas dessas que andam na rua, que te pedem horas (meiodia e 16, amigo), que te pedem cigarro (desculpe, não fumo), que te pedem 20 centavos cachaçafé (putz, tô liso. foi mal), que te assaltam e te socam (unnf!).

Vão-se as mochilas, mas ficam-se os ombros pesados pelo medo e o andar fragilizado pela impotência.

E querida, vai passar. Continue a ter paciência comigo.


I'm think i'm paranoid - Garbage

quinta-feira, agosto 25, 2005

H2O

Os caras das tabelas periódicas e tubos de ensaio e erlenmeyers dizem que a água é sem cor, cheiro ou sabor.

Senhores de jaleco, como podem dizer que água não tem gosto?

Só pode, quem nunca levantou de madrugada com sede, seco.

Quem nunca encontrou o gosto dos lábios perdidos num sonho, dentro dum copo d'água.


Água - Pato Fu

terça-feira, agosto 23, 2005

Hábitos Perigosos - Parte 5

Tenho andado (haja perna, Jesus Cristinho) com uma (talvez duas ou três) dor(es) de cabeça() intermitente.

A praga me dói tanto, mas tanto, TANTO, que nem dói mais. Só, sometimes-parfois, me lembra que tá ali dentro e me garfa um pouquinho.

Será a tal da consciência? Nem. Ela é um grilo falante, não uma dor doente.

E se for uma cigarra, com estrindar gritante? Deus me livre...


Inside my head - Radiohead

segunda-feira, agosto 22, 2005

1+1=1

Uma única coisa nos ligava: a mais importante delas:

por fora, mantinha o ar blasé, de mulher independente e decidida, impávida e certa sobre tudo.

Dentro, num cantinho do peito, uma menina de cabelos curtos, abraçada a suas pernas branquinhas, lágrimas e sinceridade.

Mas nas duas de mim, lábios em leve curvatura, acentuada alegria, um sorriso de felicidade era presença.

E ela, encolhida em mim, chorava por nós duas.

Eu fico te devendo essa, menininha...


Canção pra viver mais - Pato Fu

sexta-feira, agosto 19, 2005

Hábitos Perigosos - Parte 4

Tenho andado (exaustivamente)com algum livro nas mãos. Ando, logo leio. Leio, logo lex, legis.

Os postes e as árvores admitem, admiram leitores: abrem espaço para as passadas letradas.

Já os buracos na calçada, tão pouco sifudeno pra LEGeitores. Sempre puxam minha perna e quebram minha coreografia tantas vezes ensaiada e passada.

Ontem, tive um tête à tête com o senhor Garcia Marques. Me pareceu que ele ia de Bonde...


Holes - Mercury Rev

segunda-feira, agosto 15, 2005

Textando...

1, 2, 3...

Olha só, estréia nacional de Lielson Zeni como colunista do site de música Tinidos.

Textos de cunho Hornbyano, espelhados no livro 31 canções.

No caso meu, 32 versões.

Leiam [>>>].

Palpitem, sugiram covers e mandem suas malditas lista de 32 músicas.


Lost in space - Aimee Mann

sábado, agosto 13, 2005

Pssst!

Silêncio.

Não fala nada, não espalha.

Devagarinho, me abraça.

Não se mexe: estraga.

Deixa como tá.

Quietinha, me abraça.

Não pede se acaba...


Enjoy the silence - Tori Amos

sexta-feira, agosto 12, 2005

Filho Pródigo

Num canto abandonado de minha estante, entre Quintana e Allan Poe, encontro ele.

Parado.
Quebrado?

Para que serve um relógio parado? Um caminhante passou, abriu-o, consertou e deu corda. Deixou-o funcionando.

Mas cobrou um preço: levou-o embora consigo.

Mas o caminhante me deixa ver as horas sempre que preciso.

E seu tiquetaquear me lembra de sorrir.


Clocks - Coldplay

quinta-feira, agosto 11, 2005

Simples

Acho que texto mais simples que eu poderia escrever, seria o texto mais belo, o mais perfeito.

E o texto mais simples seria quele que tivesse a menor quantidade de palavras. E cada uma dessas palavras fosse simples e singela.

Uma sintaxe direta, sem classicismos ou inversões. Desse lago raso, o infinito seria espelhado.

E o infinito seria simples como não entender.

Acho que meu texto seria você...


About You - Teenage Fanclub

terça-feira, agosto 09, 2005

Eu vi meu irmão...

Eu vi meu irmão chegando louco em casa.

Ele tinha a chave da porta, mas quebrou a janela. Ele já estava descalço, então tirou os pés. E disse que era ele que mandava naquela merda ali.

- Sou eu que mando nessa merda aqui!

Eu olhei assustado pra ele. Minha mãe (que Deus a tenha) olhou assustado pra ele. Finneas, o cão, olhou assustado pra ele.

Mesmo a janela, esparramada no soalho, reduzida a caquinhos insignificantes, pó de vidro e lascas, olhou de soslaio.

((tensão))

Finneas, se aproximou, cheirou os pés largadas no canto e olhou com olhos de cão. Lambeu-lhe a mão.

Meu irmão, percebeu que não morava mais anquela casa fazia dois anos.

Pegou seus pés e foi embora mancando.


Dog's got a bone - Beta Band

sexta-feira, agosto 05, 2005

Lielson - Hábitos Perigosos (parte 3)

Tenho andado (exaustivamente) com pouca grana (bufunfa, pila, petebezada, din-din, mânei, verdinhas, bagas, tutu, realito, alre, tubos, lisinha, moeda, capim, barão, pratas, mango, merreca, carvão, bolada, erva, gaita, pacotes, tostão, nota, quebrado) no bolso.

Um reflexo direto do pouco que há na conta (não, o fundo do poço não é o bastante), numa relação quase semiótica de ícone-índice.

De toda essa pouca quantidade de posses, despossuo o bom senso, e me abstenho de ser abestêmio. Longas all night longs e curtas verbas.

Mas quem precisa de dinheiro? Além de mim, digo...


I collect coins - Mercury Rev

quarta-feira, agosto 03, 2005

Lielson - Hábitos Perigosos (parte 2)

Tenho andado (de longe) com música nos ouvidos. Utilizo um antiquado (mas não demodê) toca-fitas portátil.

E as fitas são gravadas por mim e por amigos (aceitamos doações - mande um e-mail pra nós e receba um panfleto explicativo de como exercer sua caridade).

É quase como ter um demônio de Maxwell DJ, mas programado por mim mesmo.

Esse tipo de atitude expõe a top 3 perigos:
    TOP 3 PERIGOS DE ANDAR COM UM WALKMAN LIGADO

  • ser atropleado
  • ser assaltado
  • dançar no meio da rua

Confesso que a sequência Ray Charles - Badly Drawn Boy - Morphine me expôs ao item terceiro...


Do you wanna dance? - Beach Boys

terça-feira, agosto 02, 2005

Lielson - Hábitos Perigosos (parte 1)

Tenho andado (a passos largos) com um bom-humor-negro (nenhum relação com afro-descedentes ou afro-ascendentes ou permanentes).

Que tipo de influência isso terá no meu modo de ver o mundo?

Nenhuma, visto que meu humor não está em olhos, nem BUGolhos; se representa por um sorriso de tortos dentes.


How to fight loneliness - Wilco

segunda-feira, agosto 01, 2005

Um.

rabisco na folha parece tua inicial;
toque leva na mão com a mão;
sorriso de "eu não acredito nisso";
sussuro amarelo de "não por esse caminho";
dia;
teto com um poema do Quintana;
pouco.
DOis..


She's the one - Beta Band

sexta-feira, julho 29, 2005

A Precária Fábrica de Mandolates - FINAL

O Sr. Conga ficou extremamente decepcionado com o mundo: as coisas andavam tão difíceis que nem mais as putas eram confiáveis.

E ficou ainda mais decepcionado quando, passados 17 dias do fato, viu no intervalo da novela a propaganda de um mandolate que rolava!

O Sr. Conga tomou tino e uma atitude: mudou-se para Carecuru, no Amapá.

Ninguém nunca mais viu Conrado Conga.

Em Macapá, começou-se a vender os deliciosos nhac-nhac mandolates Ga-Con. Eles eram tenros, teistáveis e rolavam. E ficavam de cores diferentes enquanto eram mastigados! Um sucesso de vendas e público!

Cinco pessoas morreram engasgadas.

A autópsia revelou que uma formação similar à um dente humano obstruiu a cavidade epligótica na faringe.

O Fantástico, ao promover a investigação do mistério, encontrou barracões de madeira de 444 m2 em Carecuru. Vazios.

Não havia vizinhos próximos que pudessem dar informações.

A única sobra de todo o ocorrido é um mandolate que o dia todo percorre o barracão até o final e volta. Do Sr. Conga encontrou-se apenas um diário, com todas as páginas preenchidas com o mesmo texto: "Eu já sabia!".


Smooth criminal - Alien Ant Farm

quinta-feira, julho 28, 2005

A Precária Fábrica de Mandolates

Conrado Conga tinha um sonho e não mais que cinco dentes: levar algo de si para as outras pessoas.

Ao contrário do que pensava seu pai, preferiu o caminho da doceria invés do futebol. O Sr. Conga saiu de casa aos 12 anos, por diferenças inconciliáveis entre o padrasto e seu rabo.

Os anos passavam, e os dentes do Sr. Conga caiam a cada nova fórmula de mandolate que não rolava. "Eu preciso de uma fórmula de mandolate que role" - pensou o Sr. Conga.

Até que um dia ele conseguiu: o mandolate ficou macio, teistoso e rolava. Bastava bater palmas que ele vinha até você.

O Sr. Conga ficou eufórico e caiu na gandaia pra comemorar.

Entre uma puta, outra e a queda de mais um dente, muita pinga e cachaça. Chegou em casa de pernas abertas e sem fórmula do mandolate que rolava. Pobre Sr. Conga...

CONTINUA...



Kid A - John Mayer

quarta-feira, julho 27, 2005

O Teatro Epifânico

personae dramaticae:
Homem (entre 21-28 anos);
Mulher (entre 21-28 anos)

O Ponto Mais Alto de Uma Acalorada Discussão Sobre Relacionamentos

ATO I
(No palco, cenário vazio; na rua, uma de médio movimento em frente a um cinema; num Shopping não. Em internas, a luz deve lembrar o entardecer; em externas, deve ser ao entardecer.)

MULHER (espantada e nervorsa): Mas isso é completamente desparatado!
HOMEM (calmo): Querida, não é pra ter sentido. É pra ser sentido.

ATO II
(Os personagens se olham e partem em direções opostas. Após darem alguns passos, viram-se e voltam para o meio do palco. Ele lhe entrega um papel. Ela lhe entrega uma caneta. Sobe música. Eles andam até sair do espaço teatral.)

FIM


Oh! sweet nothin - Velvet Underground

terça-feira, julho 26, 2005

Notas curtas de viagem 2

"Nunca vi minha mãe tão bonita, tão linda quanto aquele dia.

Ela tinha 87, mas parecia 45, no máximo. Sua boca lisa fazia um contraste com a pele pálida. As rugas, tão poucas e tão bem maquiadas, sugeriam um contraponto com as partes lisas da pele.

Os brincos pequenos dourados e o vestido rosa tímido, faziam sobretom com os lábios, as mãos levemente rosadas e a evanescente cor das orelhas.

Ela estava altiva, como uma rainha. O cheiro das flores e o murmúrio das pessoas parecia regido por ela. Ela imóvel, soberba, inteira, tranquila.

Gelada.

Todos nós lá, os filhos à sua volta. Alguns choravam. Outros ressentiam em silêncio.

Acho que apenas eu admirava, maravilhada, a beleza emanada daquele corpo cercado por velas."



Dead - Korn

segunda-feira, julho 25, 2005

Notas curtas de viagem

...então teus pais são evangélicos, né? É uma benção!
- Não...minha mãe é batista; meu pai é católico, meio carismático...
- Ah, eu sou evangélica. Sou batista, como tua mãe, mas da Paz. Tu mãe é Betel. E você?
- Eu não...


Shady Lane - Pavement

sábado, julho 02, 2005

Esgotado!

A minha sacola de histórias, piadas, racontos, lielsons, mentiras e besteiras esvaziou.

Como fiquei sem matéria-prima pra tratar o blogue, vou até Francisco Beltrão buscar um carregamento de ficção.

Volte por aqui lá por agosto.

Enquanto isso, desliga o PC e vai ler um livro. Afinal, precisamos garantir as tais 5 horas que os brasileiros passam por semana lendo livros. Discorramos um pouquinho sobre isso:

Eu sou um cara que lê bastante (fato, não mérito). Numa média aproximada leio LIVROS 2 horas por dia. Numa semana, dá 14 horas de leitura. Beleza! Eu me garanto e cubro mais dois pra fechar a média.

Alguém aí garante o resto do Inter 2?


I don't like mondays - Tori Amos

sexta-feira, julho 01, 2005

Enquanto isso, em Curitiba...

A moça de saia curta, sentada de pernas cruzadas, despenca o pescoço e encosta a cabeça mascadora de chiclete na guarda do banco.

O velho negro de terno branco, guardou o lenço vermelho e achou a ruela fedida.

Uma pomba cagou no ombro da colegial excitada com a boca do guri.

A colegial pombagada passa ao lado do velho. Ele se vieleia acima. A moça do banco faz um único movimento: descruza as pernas.

A moça, naturalmente, abre as pernas, como num balé.
A saia, naturalmente sobe, como numa fuga.
O velho naturalmente leva a mão ao chapéu panamá, como num aceno.

Entre eles, o vertical sorriso dela.


Vai passar - Chico Buarque

quinta-feira, junho 30, 2005

Esperando Godot? O caralho!

LIELSON: ei, cara! me ajuda tirar essa bosta dessa bota.
ÉLE-ZÊ: por quê? Tá machucando teu pé?
LIELSON: na verdade não. mas como os caras fazem isso naquela peça, achei que ia ficar legal rolar um inter-texto, saca?
ÉLE-ZÊ: hmmm! certo. é agora que eu digo never mais?
LIELSON: acho que você comeu bosta de boi zebu. isso é do outro cidadão.
ÉLE-ZÊ: só. confundi a merda dos autores.
LIELSON: eita! não vou nem falar nada...
ÉLE-ZÊ: ma quié que tamos fazendo aqui?
LIELSON: esperando por um tal de Godot.
ÉLE-ZÊ: Dodô? aquele ruim que jogava no São Paulo?
LIELSON: GODOT.
ÉLE-ZÊ: gordo? que gordo?
LIELSON: G-O-D-O-T! Você é burro ou tá querendo me irritar?
ÉLE-ZÊ: foda-se. quem é esse viado?
LIELSON: sei lá. é um cara que não chega.
ÉLE-ZÊ: ah, sei. estamos no teatro.
LIELSON: é, moins non plus.
ÉLE-ZÊ: tamos sim. você até falou em francês.
LIELSON: e daí?
ÉLE-ZÊ: pra ser teatro, tem que rolar uma língua estrangeira no meio do texto e o tema é aquele universal do teatro (segundo Manoel Carlos Karam): esperar por alguém que não chega.
LIELSON: que merda, né?
ÉLE-ZÊ: ô, vidinha meia-boca, viu.
LIELSON: vamos embora dessa merda?
ÉLE-ZÊ: não dá. estamos esperando por Godot...


I'm wait for my man - Velvet Underground

quarta-feira, junho 29, 2005

Dissonância

O que faz você gostar de música pop?

Essa coisa barata e de pouca elaboração se comparada às canções eruditas. A verdade, é que a primeira coisa que me preocupa quando resolvo viajar é: quanto tempo, logo quantos CDs preciso levar.

Basicamente é uma relação amorosa simples: a música pop me dá o que eu peço e eu ignoro sua fragilidade.

Outra verdade é que essa fragilidade faz da música pop forte. Marcante.

A música erudita é catártica; singela em sua complexidade.

A música pop é rebuscada em sua simplicidade. O que é algo bastante complexo.

E eu adoro os complexos simplórios, que levam à catarse pela singeleza.


I love my recorder - Lispector

segunda-feira, junho 27, 2005

Uma piscadela e um beliscão



Strangers - Portishead

sexta-feira, junho 24, 2005

Para Kathia...

Nossa, tinha tanta coisa pra te falar antes de tu ir embora...

Não vai dar tempo. Melhor começar logo...

Vou tentar resumir:

já que você vai, adeus!


Rubby Tuesday - Roling Stones

quarta-feira, junho 22, 2005

Execução

Você já pensou se o mundo fosse de uma burocracia funcional absoluta?

Existiriam documentos com o momento que cada pessoa nasceria e morreria. E um governo democrático, honesto, sensato e batuta que empregaria executores.

Por 3 horas de vida a menos, você poderia escolher a forma de morte.

Explico: se sua hora da morte a acontecer consta nos arquivos, basta que os executores cheguem, cobrem as 3 horas e te executem conforme o pedido.

Eu escolheria morrer no exato momento em que a música sobe e explode. Gostaria de ser explodido junto, um pouco depois.


Exit music (for a film) - Radiohead

domingo, junho 19, 2005

Propaganda

Só pra avisar:

Volto a colunar ao Bonde após longo período. Sobre o livro do Tezza, O Fotógrafo.
Por aqui, por favor [>>>]


Writing to reach you - Travis
De olho no espelho...

:ODADIUC

é eugolb essen otircse oduT
osoicilam - ocitsácras - ocinôri
od oirártnoc oa odil res eved e
.mumoc osnes o asnep euq

.osseva ed oiem ratse iav adnia E


Life in a glass house - Radiohead

sexta-feira, junho 17, 2005

Psicanálhase 2

A Ana (Lista) disse que meu Id (ota) tá querendo que o (c)Ego se supere. Mas ele tá meio perdido no Édipo (é complexo, sabe).

Parece que minhas pulsões textuais tem sido recalcadas no incosistente e somatizadas em forma de bloguesteria.


Monkeys gone to heaven - Pixies

quinta-feira, junho 16, 2005

Psicanálhase

Minha Ana Lista me disse que tenho complexo de Freud. Que recalco minhas pulsões, pulsinhas e pulsos cortados.

Que o Eros tá de foder com o Tânatos. O Id quer uma capa, mas o Superego disse que é dele e o Ego, sum.

A Ana Lista diz que estou reprimindo um desejo incosciente de "pau no cu" do Freud. Ela disse que vai me deitar no divã e que aquilo na foto não era só um charuto.


Freud Flinstone - Engenheiros do Hawaii

quarta-feira, junho 15, 2005

Serviço de utilidade pública: Laerte

As tiras de Laerte na Folha de São Paulo são pequenas obras de arte.



Vale a internet também [>>>]


Seven Months - Portishead

sábado, junho 11, 2005

Um texto tosco para um final de semana pouco promissor

Jaime era bonzinho pra caraleo.

Foi que de tanto andar com um baralho no bolso da camisa, o naipe de ouros entranhou-se-lhe, o de copas desceu peito abaixo, o de paus um pouco mais e o de espadas cutucava sua bunda.

Ele era todo coração: e mais: um coração de ouro!

Ajudava escoteiros a atravessarem a rua, carregava velhinhas pesadas para as sacolas, dava frio pra quem tinha blusa, fome pra quem tinha comida, sempre dava seu velho no banco para um ônibus, jogava pombas no milho para as calçadas, clicheava os jargões nos lugares comuns.

Até que um dia foi assassinado por uma quadrilha de vendedores de órgãos. Como haviam perdido sua noite e não encontraram nem cravo, nem piano, buscaram os rins de Jaime.

Mas estavam ruins. Tentaram os intestinos. Mas estava uma merda. Tentaram os músculos. Mas estavam no osso.

Arrancam-lhe o coração: era dourado.

Petelecaram ele: oco.
Unharam ele: banhado a ouro.
Enfiaram uma das espadas-que-cutucavam-a-bunda-do-Jaime no atrio de lá e o abriram: sangue, nervo, grito e noz. Ouviram o grito: deixaram os nervos para um cabo de hiper-tensão: o sangue secaram na calçada: noz para o alto. Uma pra cada.


My iron lung - Radiohead

sexta-feira, junho 10, 2005

Dupla cidadania

Acho que pelo tempo vivido, serviços prestados e taxas pagas, consigo fácil um passaporte de cidadão da Merda.

Merda - Mombojó

quarta-feira, junho 08, 2005

post-cardeal

Dizem que me acho demais, mas é inevitável; vivo perdido...

Same - Snow Patrol

terça-feira, junho 07, 2005

Marta no país da morfologia

Marta lia um livro. Resolveu abrir ele bem, tão bem, até que ela pudesse entrar dentro dele.

E Marta entrou. Entrou em um dado lançado em um correRio, passou por Galáxias e zoológicos fumarentos.

Marta então chegou a um castelo sem portas. Entrou.

Encontrou uma mesa com homens mudos jogando cartas de tarô e outra mesa com comida. Marta estava faminta.

Na mesa das comidas tinha sopa de acentos, guizado de plosivas, suco de sintaxe. Mas Marta optou pelos diliciosos O's caramelizados.

Marta engoliu um O inteiro, sem mastigar ou passar um circunflexo em cima. Marta se engasgou.

Começa a tussir, a Marta. Cospe um A. Finalmente, Marta engole o O.

Caiu pra trás, a Morta.


7 words - Deftones

domingo, junho 05, 2005

constatações métricas

Condições da valiação: uma neblina que poderá ser chamada de fog pra dar um clima mais londrino, 14 graus celsius e início ao horário de 0h01m de domingo.

Gasta-se em torno de 80 minutos do terminal do portão até a casa onde moro.


Miles away - Yeah Yeah Yeahs

sexta-feira, junho 03, 2005

post-placebo

Tudo tão prevível:

foi absolutamente inimaginável, como havia previsto.


Super freaky memories - Luna

quinta-feira, junho 02, 2005

Papéis sociais

Todo indivíduo em uma sociedade desempenha uma função "social".

Essa função dependerá de vários fatores: opção sexual, idade, etnia, etcteria. Podemos chamar isso de papel social.

Conversando com Paulo Sandrini (escritor e companheiro de mestrado), propomos uma classificação para os papéis sexuais na sociedade:

o papel do homossexual masculino=papel de carta;
do heterossexual masculino=sulfite branco
da heterossexual feminina=papel de seda;
da homessexual feminina=papel couché 120g fosco;
papel do transsexual=celofane;
do bissexual=papel bíblia.


Paperbag Writer - The Beatles

terça-feira, maio 31, 2005

Edições

Uma revista: eis o quê minha vida precisa.

Afinal, quando seu despertador (em meio a revistas e livros) pede pra que você levante e você sequer o ouve, tem alguma página faltando.


I'm Only Sleeping (Beatles) - The Vines

domingo, maio 29, 2005

post-pílula (segunda dose)

Além de chamar JAZZ de [jás] esses pedantores da língua costumam pronunciar o nome do músico - imaginemos Cole Porter - como um falante nativo de inglês.

Se possível com sotaque nova-iorquino - que é cool (cu?), arrombando toda e qualquer dança dos sons do português, com um desafino estrangeiro.


Nada - Sofia

sexta-feira, maio 27, 2005

Latin Lover & Grammar Girl

No latim clássico não há pronome de terceira pessoa.

{ Pronome: bagaça gramatical que vai no lugar do nome. Ex.: eu, tu, te, o, nós, etc.

O português - uma língua latina - apresenta um pequeno problema com relação aos pronomes, esses figurões gramaticais que criam uma ligação indireta com pessoa. Na penúltima flor do Lácio (pau no cu do cadáver do Bilac - que ele gosta), fica difícil amar indiretamente.

"Eu a amo."
"Eu amo ela."
[nenhum desses textos sobrevie à oralização]

Amor em português, tem que ser descarado, na cara. Não se pode amar um simulacro. Tem que ser a própria:

Eu amo Caliope.


Love of my life - Queen

quarta-feira, maio 25, 2005

dESComPasSo

Eu sei que tenho um problema na vida.

Na verdade, não chega ser um problema mas uma incapacidade. Uma incapacidade abrangente.

Não tenho ritmo.

O Lielson não sabe tocar violão. Por quê?
ritmO

O Lielson não sabe cantar. Por quê?
ritMo

O Lielson não manja poesia. Por quê?
riTmo

O Lielson não sabe dançar. Por quê?
rItmo

Ritmo, esse estranho, é o agente que torna harmoniosa os espaços e os conteúdos que deslacunam nossas vidas.

Enquanto você, com teu descompasso, vai desarmonizando consigo, atravessando os compassos dos dias, o ritmo compassa tempo e existência.

O tempo é um príncipio organizador de todos os sistemas (e todos os sistemas tendem a entropia - ou seja, desorganização). Quando você está em descompasso o tempo vai à entropia.

Encontra hoje o CD procurado ontem. Lembra ontem o que deveria fazer amanhã. Descobre amanhã o imperdível filme de hoje.

Se há um descompasso no seu desejo e no dela, a única harmonia é no lamento. Em tempos diferentes.


Cordão - Chico Buarque

terça-feira, maio 24, 2005

post-pílula

Acho que não tem coisa mais pedante que chamar JAZZ[diéz] de [jás].

Sem contar, claro, que JAZZ já é suficientemente pernóstico por si.


Jazz from hell - Frank Zappa

sábado, maio 21, 2005

Virada

Já deve ter ouvido falar de ponto de virada da história. Aquele momento de anti-clímax que vai desembarcar no clímax.

Em Hamlet é quando o próprio mata Polônio e percebe não haver mais saída pra sua condição trágica. Só que na ficção, depois do clímax resta muito pouco a se contar (Fade out/ sobe créditos).

A sua vida também tem pontos de virada. Em algum momento você deixa de ser. Passa a re-ser.

Quando era menor (até os 10 anos de idade), apanhei pouco na vida. Merecia muito mais. Uma criança frágil, chorona, estúpida, mandona e anêmica.

Mas das férias do meio do ano da quarta série, Gregor Samsa virou barata. Desenvolvi esse estilo "folgadirônico" que estou lapidando até hoje.

Em lugar das lágrimas, dava aos adversários frases de efeito e pequenas sentenças morais (pode me quebrar inteiro, mas isso não mudará o que penso de tu: é um merda).

Eles, claro, continuavam a me enfiar a mão. Mas não ganhavam mais meu choro pueril, que era valioso como pérolas numa disputa por moral infanto-juvenil (meu, o Pente-fino bateu no piá e fez ele sair chorando).

Eu negava-lhes a única coisa que precisavam. Até porque era a única coisa que podia fazer.

Eu até sei quando as coisas mudaram. Eu não sei o porquê. Não sei como. Nem sei quando irão mudar de novo.

Mas acredito que vão.



Turn - Travis

sexta-feira, maio 20, 2005

Respondendo ao André e ao Digão

Corrente pra mim tem 3 acepções: 1. bagulho de ferro pra prender escravo e cachorro;
2. uma sequência de cargas elétricas que te torram o corpo;
3. textos de internet que te torram o saco:

Mas essa aqui é bacana. É sobre livros - j'aime les livres.(\o/)

1. Não podendo sair do Fahrenheit 451, que livro gostaria de ser?
Contexto: na história do filme/ livro os livros eram destruídos e proibidos. Tinha uns rebeldes que se propunham a decorá-los.
Eu sei que já tinha alguém com o Ulisses, então eu decoraria As Flores do Mal (Charle Baudelaire) ou Homens e Engrenagens (Ernesto Sábato). Por que não Watchmen?

2. Já alguma vez ficou apanhadinha(o) por um personagem de ficção?
Eu pegaria a Claudia Chauchat da Montanha Mágica ou a passante baudelariana. Se apergunta for quanto à identificação, fico com Juan Pablo Castel de O Túnel.

3. Qual foi o último livro que comprou?
Les Fleurs du Mal (R$ 13,90) e Leaves of the Grass (21,20)

4. Qual o último livro que leu?
A confissão de Lúcio, de Almada Negreiros (se liguem nesse texto: lembra Clube da Luta e Spider) e uma coletânea de poemas do Haroldo de Campos.

5. Que livros está lendo?
Collected Short Stories de Roald Dahl; Ulisses de James Joyce; Poesia Reunida de Oswald de Andrade; Freudismo de Bakhtin; Leaves of the Grass de Walt Whitman, as letras do Radiohead e Gros-Câlin de Romain Gary.

6. Que livros levaria para uma ilha deserta?
Métodos, gramáticas e dicionários das seguintes línguas: espanhol, português, inglês, francês, alemão, grego antigo, latim clássico, italiano, hebraico, árabe, aramaico e russo. E essas obras no original: tudo do Baudelaire, Rimbaud, Pessoa, Quintana, Drumond, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Machado de Assis, James Joyce, Lewis Carol, Nietszche, São Tomás de Aquino, Sábato, Garcia-Márquez, Llosa, Borges, Poe, Dostoievski, Dante, Shakespeare, Cervantes, cummings, Whitman, a bíblia, Ilíada, Odisséia, Eneida, e vai...

7 - A quem vai passar este desafio e porquê?
Não passo a ninguém, mas confesso a vontade de ver as seguintes respostas: Kathia (ela adora esse tipo de coisa), Milana (sempre vale a pena ver o que ela fala), Claudemir (por ser um pedante profissional), Tiago Perretto (por ser um leitor e insano voraz) e o Oliver (pra ele não se sentir esquecido).



Palo Alto - Radiohead

quarta-feira, maio 18, 2005

História pra bezerro dormir

Chovia pra caraleamente. O algo úmido rapaz escondido embaixo de um guarda-chuva tamanho puta, andava com mAll-Star* vermelho até o (!) de ônibus.

Um carro (não sei qual, sou um analfabeto veicular) pára ao lado da calçada e abre a porta. Dentro uma bela jovem que diz: Meu nome é Fortuna. Perceba que estou sorrindo.

O rapaz olhou pra trás e viu um cego com uma nota de 20 na mão, com cara desconfiada. O rapaz percebe que a morena não usa brincos, veste jeans e uma blusa branca sem patrocínio. ela - ainda sorrindo - diz: meu nome é sorte. E estou de braços abertos.

O rapaz devolve o sorriso insistente enquanto dá o primeiro passo em direção ao carro. ATO SUSPENSO.
Um caminhão desgovernado arranca o carro da rua, a moça da vida, a sorte do caminho da vida do rapaz.

MORAL: se a sorte saiu da sua vida, fodeu-se.


*Copyleft do termo realizado na obra de SANTANA, Helena.

Lucky - Radiohead

terça-feira, maio 17, 2005

Números da política externa Lielsoniana

Me parece (leio jornais, sabe) que TODOS os problemas do Brasil poderiam se resolver numa equação apropriadaa que levasse em conta uma parcela significativa dos indicadores sócio-econômicos.

Na boca pequena, tem número pra caraleo no jornal (mais que tinta). E todas as decisões de tudo se baseiam em alguns deles.

Sendo LugarCerto uma empresa clara (até nosso fundo é branco), divulgamos nosso balancete:

- leitura de livros: 47;
- preenchimeno do tempo com universidade: 36 horas/semana;
- consumo de milkshake ovo maltine: 3 no ano;
- posts no blogue: média de 5/semana;
- resfriados/gripes adqueridas: 2;
- viagens pra sagrada terra de Francisco beltrão: 0;
- colunas pro Bonde: 2;
- posts improvisados: 1/ semana.

A vida pessoal de nosso esquete não reflete necessariamente a opinião do meio (inteiro, talvez).


We can work it out - Heather Nova

domingo, maio 15, 2005

Clichês

#1 um post sobre coisas que você faz;
#2 uma amiga minha tinha um blogue que se chamava - acho - clichê 52;
#3 esquecer esses detalhes;
#4 acordar pela manhã pra ler T.S. Eliot e o Mais da Folha de SP;
#5 dormir ao som de Radiohead;
#6 ir jantar com dois casais de amigos;
#7 estar só;
#8 discutir sobre Joy Division e Mutantes;
#9 reler trechos do Ulisses;
#10 escrever longamente num blogue falando de si mesmo;
#11 escrever textos de qualidade improvável;
#12 nunca responder sim para o tudo bem?;
#13 não ser supersticioso;
#14 repetir a melhor idéia de um livro meia-boca chamado "Clube dos Corações Solitários"
#15 prometer ao deitar que tudo vai mudar;
#16 prometer de novo na noite seguinte;
#17 prometer de novo na noite seguinte;
#18 prometer de novo na noite seguinte;


Wonderwall - Oasis

sábado, maio 14, 2005

sum ergo cogito

Sou racional. E muito:
Planejei viver cada momento da minha vida com uma paixão desmedida.


A vida é doce - Lobão

sexta-feira, maio 13, 2005

Ze-encontro

- Tô com saudade de você, Lielson...
- Eu também tô com saudade. Se me vir por aí, manda um abraço, fala que eu não tô magoado. Estamos precisando conversar. E diga pra lembrar de ter paciência.


Hello, I love you - The Cure

quarta-feira, maio 11, 2005

"...a velocidade terrível da queda..."

Me lembrei durante o almoço, do trabalho que fazia em 1999. Estava nas províncias do Rio Grande do Sul, e entre me saudosar e desgaudérios, era Eletricista I da RGE (Rio Grande Energia).

Havia sido formado pelo CEFET-PR como técnico em Eletrônica e passei numa série de testes. Estive por uns dois meses entre as cidades de Bento Gonçalves e Erechim.

E minha alma encruzilhada entre um detestável garantido e um interesse remoto.

Sincero, as coisas até iam possíveis, até a queda.

c
a
í
9
m

Freud não explica como não quebrei os joelhos, ralei a cara ou bati a cabeça. Explique talvez uma auto-sabotagem. Ou explica as nesga dele. sei lá.

Ainda hoje, acordo no meio da noite com sensação de queda eminente, apertem os cintos e fique feliz: é colchão e coberta, não poste e chão.

O cair me fez perceber que devia alguma coisa ao movimento. deveria continuar: para baixo ou para cima?

Sei lá. Espaço é relativo, não? Pra cima e para baixo?

Por que não?

Será que o Diabo dorme? Se dorme, será que acorda também aliviado na cama, ao perceber que a Queda é coisa acontecida?

Acontecida, não passada...


Listen, the snow is fallen - Galaxie 500

terça-feira, maio 10, 2005

cONFUSO

sabe aquela sala cheia de gente-que-você-mal-conhece (gente-que-você-mal-conhece é pior que gente-que-você-não-conhece. Gente-que-não-conhece você pode ignorar, mas os que mal conhece tem que ficar simpatisorrindo)?

Uma falação, gritaria, celularação, passos em descompasso, vejabens, tinir (em versão vidro, metal, ossos). Uma verdadeira balbúridia, when les langues comincia a mix. Les italienes parlanno absolutely alto.

Gente, gentíssima e gentarada. E um no canto. Simpatisorrindo. Com as mãos no entrelugar do bolso e do gesto de embolsá-las.

E entra alguém silencioso lá. E faz tanto silêncio, que todos se calam, pra ouví-la. E o silêncio é doído ao ouvido.

Assim que tá minha cabeça.


Silent - Tori Amos

domingo, maio 08, 2005

nihil ego sum.

Eu não sou nada.
Tu não é nada.
E, eles são menos ainda.

Exercícios de alteridade e significação: tente entender o mundo sem utilizar linguagem.

Pense em (porque não?) Lielson. Racionalize pulando o intermédio dos símbolos.

Esqueça a racionalização: tente imaginar Lielson. Tente imaginar Lielson sem som ou palavras. Tente imaginar Lielson sem imagem alguma. Tente imaginar Lielson por um meio que não seja representação.
Repita os procedimentos consigo mesmo. Ou com sua mãe.

O mundo que constrói, edifica e vive é sempre representação. Não há um mundo sem você. Ou sem mim. Talvez, sem ele.

Mas (especulando - afinal, eu já fiz algo na vida além de especular?) a representação desse mundo é metafórica. A representação do símbolo como um símbolo torcido. E um pouco mais belo.

Pelo menos pra mim. Acho, que pra ti. Porventura, pra eles.


Oh, sweet nothin - Velvet Underground

sábado, maio 07, 2005

Manual mínimo do ódio

É bastante fácil odiar alguém. Basta que essa pessoa esteja errada e você certo.

Simples, não?

Se o contrário se provar, não tenha dó: odeie! É a única coisa que lhe resta.

Só não entendo (aposto que você também não) como pode alguém não gostar de mim...


Hate to say I told you so- The Hives

quinta-feira, maio 05, 2005

Não era essa a promessa!

Eu tinha um texto pronto (na cabeça)sobre o time do Corinthians. Mas como não vale a pena falar de ninharias, evito o tema. Sem falar na redução de leitores ao tratar de futebol.

Entretanto, uma frase do Romário me ficou na cabeça esses dias. Veja você:

O viver em sociedade implica em desistir de parte da sua vida e de sua obrigações. Por exemplo? A coleta de lixo. A regulamentação das leis. Você passa a bola adiante porque o mundo é uma bol(st)a complexa e enredada, e esse jogo não é individual.

Daí vem o Romário e diz:Quando eu naisci o Papai do Céu aponthou o dedo e disse: esse é "o cara".

Sincero, se o "escolhido" é um gavola carioca, que só sabia jogar futebol, tem tudo errado. Esse Papai do Céu tá pior das idéias que o papai Smurf. Ser "o cara" deve ter um significado diferente que aquele que eu conheço. Apontar dedo é parte do ato de "rir de alguém"(efeito Simpsons).

Mais: quero de volta minha parte do mundo que ficou pro Romário. Virou terreno improdutivo.


The world has turned and left me here - Weezer

quarta-feira, maio 04, 2005

Uma versão (quem sabe?) real dos fatos

"...sabe, estamos prestes a colidir, somos acidentes esperando pra acontecer, mas diferente do Lost, nossa acidente será bom. (Se bem que o Lost também é bom). Um lance, tipos, dialético, saca?

Quando você vem com todo seu jeito meigo de quem quer ser gentil, eu fico cá com minha mania de quem não cai nesse papo de amor, mas só esperando ser raptado por VOCÊ. Sei que parece doente, mas já vi tudo que podemos fazer, e gosto disso.

E daí que você não lê isso? Diga alguma coisa mesmo assim.

Tem um buraco no espelho. Podemos atravessá-lo.

Vem comigo?
Por favor?"


Stupid me - Frank Black and The Catholics

terça-feira, maio 03, 2005

Uma questão de fé

Não tenho fé nos homens (mas mesmo assim eles continuam a remover montanhas, florestas, morros...). Sempre achei irracional ter fé nesses tipinhos.

Não preciso ficar enumerando holocaustos, tragédias, omissões pra provar o que digo. Todo mundo tem um exemplo desses na sua enciclopédia de bolso.

Saramago disse algo como "disso somos feitos: metade maldade, metade intolerância". Claro que o velhinho português é um pessimista exemplar pra todos os ateus na humanidade. E como toda pessoa que recebe um algumacoisa-ista como referência de personalidade, exagera no algumacoisa

Alguns anos atrás eu diria que um resumo da vida: é conhecer as pessoas, conviver e se decepcionar.

Hoje eu trocaria o decepcionar por SURPREENDER. Que pode ser bom ou ruim. Que depende mais de mim, do que do alter.

Nesse longo auto de fé tenho caminhando: defendendo uma fé irracional em um Deus (graças a Deus!) e um descrença segurara em suas criaturas.

Mas acho que na verdade, só quis a vida toda ser convencido do contrário. Algum defensor do ser, por favor, me convença de alguma coisa...


True love waits - Radiohead

domingo, maio 01, 2005

Aracnofobia

Estava no computador ontem quando uma aranha monstruosa apareceu. Concordo que sua monstruosidade advém mais de mim do que o próprio octópode.

Não pensem que não gosto de aracnídeos. Até tenho um cartaz do Homem-Aranha. Vi os 2 filmes. Li muito do quadrinho. Sofri com a morte da Tia May (foi em vão. ressucitaram a velha depois)

Mas algo apavorado, encolhi as mãos rente ao peito. Levantei. Receoso. Tentei matá-la com o cesto do lixo.
Ela correu.

Cheguei mesmo a abandonar o porão que vivia com medo de acordar coberto de teias. cada vez com um fio solto das cobertas encontrava meu braço eu pensava: é aranha! e estapeava o braço esbaforido.

Vou até o banheiro e pego aquele treco de limpar privada. Me sinto como um aventureiro medieval segurando a massa da destruição, prestes a salvar a vila de um inimigo terrível.

Lembro que uma certeza de união familiar entre mãe e filho, era a covardia que apresentávamos diante do HORRENDO filme aracnofobia. Encolhidos no sofá, quase certos de medo.

Bato uma, duas três, quatro, cinco. Esmago o inimigo. Alivio meu medo. Seis, sete. Só pra garantir. Oito.

Nove.
Dez.


Spiderwebs - No Doubt

quinta-feira, abril 28, 2005

Zem non habemus

Foi encontrado pela amanhã o corpo sem vida do papa Lz (sem número, porque quem tem número é calendário). De acordo com os cardeais, a causa mortis foi um ataque cardíaco fulminante.

No auge do seu desespero e descontrole devido às fortes dores, o papa Lz (sem número, porque quem tem número é camisa de futebol) chegou a rasgar a própria garganta com suas unhas, parecendo um corte produzido por faca.

Reassumirá as funções papais interinamento Bento XVI.

Todas as inovações propostas por Lz (sem número, porque quem tem número é senha) não foram promulgadas, pois faltou sua assinatura, legitimando as propostas.


Jesus etc - Wilco

quarta-feira, abril 27, 2005

Eu, ainda papa

Ainda que eu, papa Lz (sem número, porque número é coisa de cartela de bingo), ande pelos caminhos do descrédito público, nada me faltará, pois tudo posso nAquele que me fortalece.

A medida do dia é presença de uma máquina de café (liberada gratuitamente) nas igrejas e a substituição dos bancos por mesas e cadeiras. A idéia é criar ambientes mais confortáveis e acolhedores para a realização das missas. Todos os presentes receberam uma Bíblia para poderem acompanharem o desenvolvimento do processo.

Os direitos do livro do Apocalipse foram vendidos para Universal para um filme já em pré-produção. Cristopher Walken foi exigido por mim como o cavaleiro Morte. E a voz do fim do mundo será do Zé Ramalho.

O dinheio obtido será revertido em construções de fábricas e fazendas comunitárias para os famintos. Melhor que alimentar, é permitir que se alimentem.

A fortuna do Vaticano será empregado na reconstrução da Ásia devastada pelos desastres naturais e para a melhoria das condições de vida nas favelas mundo afora.*

AMÉM!

*Traduzido do miguelense.


God put smile upon your face - Coldplay

segunda-feira, abril 25, 2005

Eu, papa

O papa Lz (sem número, porque quem tem número é lei) concedeu uma coletiva hoje a tarde no Vaticano. Veja algumas das perguntas mais interessantes:
Pergunta feita por Solange Lingnau:z, você sempre está certo. e eu sempre tenho razão. será uma característica adquirida por osmose?
Cara Solange: esses são os mistérios da fé (o Coro: graças a Deus)
e agora que você é praticamente alguém acima de todos os outros humanos, você sabe dizer quem diabos 'afanou emprestado' os meus cds do los hermanos?
Não sou acima dos seres humanos. essa é a primeira bichice da igreja que quero descreditar. A segunda será o matrimônio dos padres. Quanto aos seus CDs dos Los Hermanos, não sei onde estão, mas quem os furtou cometeu pecado. Sim, meu filho?
Meu nome é Fernando Jasper e gostaria de saber:Lz tem alguma posição definida em relação à Literatura da Libertação? Considera-se progressista ou conservador? Há fundamentos nas insinuações de que Lz teria sido membro da Juventude Paulocoelhista?
Nobre Fernando: ao contrário desses velhos do Conclave, sou favorável à Literatura da Libertação, embora prefira James Joyce. Pretendo fazer a igreja progredir através do seu desaviadamento. Quanto ao Paulo Coelho posso dizer que já dei um tapa, mas nunca traguei. Hoje gostaria de dar uns tapas (e socos) na orelha dele. Lembrem-se bruxaria é desagradável aos olhos de Deus. O rapaz argentino ali: Meu nome é Claudemir e sou brasileiro, não argentino...
Desculpe, pelo cabelo achei que era. Mas como sou infalível, agora você É! Troquem o passaporte dele!
Eu contesto essa eleição. Primeiro todo mundo sabe que para ser eleito chefe máximo da igreja o cidadão tem de ser varão, solteiro e católico, e sabemos do seu ateísmo sr Lz. Além disso o anúncio é perimpetóriamente feito em latin, que é a língua oficial do vaticano.
Estou pasmo! Homem de pouca fé! Nunca fui ateu em minha vida (talvez até os 2-3 anos). Sempre me declarei cristão a qualquer um que perguntasse, inclusive em rodas de conversa marxistas. Reneguei o catolicismo, isso é verdade. Quem tiver dúvidas quanto ao meus valores cristãos, convido para que conheçam meu perfil no Orkut. O anúncio feito em italiano foi o primeiro passo em nome do desaviadamento da Igreja. O latim é uma língua morta e nossa igreja proclama um Cristo vivo. A língua oficial do Vaticano passará ser o miguelense, que uma variedade comum entre os jovens de Francisco Beltrão.

Senhores o Papa Lz (sem número, porque quem tem número é página) irá se retirar para seus aposentos. Precisa terminar algumas leituras (O Tempo e o Vento). A benção em miguelense:
Iva com Usde, lape brasom. E jamse bons, dagane.


King of kings - Echo & Bunnymen

domingo, abril 24, 2005

habemus zem

O Conclave se reúne. Decidem ouvir a voz de Deus. Alguém externo a política da Igreja.

O cardeal carmelengo prepara a fumaça laranja para advertir a orbi da novidade.

Os jornalistas ficam surpresos com a fumaça de cor inusitada e nunca antes utilizada. A população se aglomera na Praça São Pedro.

O cardeal Jorge Arturo Medina Estévez, trajando bermudas e uma camiseta do Radiohead anuncia em italiano: Noi abbiamo nuovo papa. Lui si chiama Lielson Zeni.

Bento XVI entra acompanhado de Lielson. O cardeal Estévez anuncia que Bento XVI era um papa de transição até a localização de Lielson e seu "aceite". O novo papa escolheu o nome de Lz (sem número, porque quem tem número é telefone).

Lz diz: "Gostaria de dizer que fico muito feliz em ser infalível, pois issso vem de encontro a algo que sempre falei: eu tô sempre certo, mesmo quando eu acho que não. Aproveito a oportunidade pra abrir uma filial do Vaticano no Brasil, mais precisamente na abençoada terra sudoestina de Francisco Beltrão."

O novo papa Lz (sem número, porque quem tem número é casa) também confirmou a presença da banda Sigur Rós como responsável pela orquestração da primeira missa.



Jesus - Queen

sexta-feira, abril 22, 2005

E se...

A Marvel Comics (a empresa americana dona do Homem_aranha e dos X-men) tinha uma revista chamada What If... que consistia (basicament) em recontar histórias de seus personagens em momentos-chave: o que aconteceria se o Peter Parker tivesse evitado a morte de seu tio, se o professor Xavier tivesse morrido, se Bruce Banner não fosse o Hulk, etc.

Me admito pensando algumas vezes o quê teria acontecido se as coisas seguissem um rumo diferente

Se não tivesse me formado no CEFET;
Se tivesse passado em Publicidade na UFPR um ano antes e tivesse sido veterano das pessoas do meu ano;
Se tivesse notado uma semana antes teria sido de mim, não em mim;
Se tivesse visto, e não ouvido;
Pintado e não esboçado;
Duvidado, e não acreditado;

Mas quando me admito pensando nisso, me pergunto se sei quais são esses momentos-chave.



Green fields -Faith No More

quarta-feira, abril 20, 2005

Je ne crois pas!

Sua vida tá meio parada? Sem graça? Chochinha de dar dó?

Suas saídas noturnas não tem sido as mesmas? Suas cantadas não funcionam mais? Tem pegado menos noite adentro?

Acho que precisa renovar seu padrão vocabular.

Que tal gírias novas em inglês pra cair na naite e barabarizar as minas e os brotos? Pois você já sabe: la langue français est morte. O In da naite da gang plus hype da society is in english.

Acesse agora: [NAITE]

Onde essa porra de mundo vai parar?



Idioteque - Radiohead

terça-feira, abril 19, 2005

Preg...

Um continho que parece de um autor inglês ligado ao mundo pop.
Pior, claro.
[>>>]



I wrong about everything - John Wesley Harding

sábado, abril 16, 2005

Uma passagem...

Dois amigos especulam sobre a vida, a beira de um segundo pequeno café puro. O tema em questão era a utilidade das suas ocupações na vida. Que em última análise tudo serve pra nada.

A gente passa a vida matando o Tempo, até o Tempo matar você.



Coffe & Tv - Blur

quinta-feira, abril 14, 2005

Para Conhecimento:

A nossa vida é um eterno rascunho. A gente vai anotando, riscando, apagando. Mas nunca dá tempo de passar a limpo. - VILELA,Luis

"...e o pernilongo, com seu violinizinho desafinado, continuava desafiando o silêncio..." - VERISSIMO, Érico

"O mito é o nada que é tudo"- PESSOA, Fernando

Provérbio
"O seguro morreu de guarda-chuva." - QUINTANA, Mario



The end has no end - The Strokes

quarta-feira, abril 13, 2005

Para...

Sabe quando eu sei que te amo?

Quando você esquece de ser uma mulher-perfeita. Quando chega cansada pra mim e pede algo que só eu não sei responder. Só me leva um sorriso.

Quando vejo teu olho pelo espelho do banheiro, e percebo que não é pra sempre. Mas nos teus lábios estará sempre a palavra que quer fazer "pra sempre".

(Dali, não sai. fica contigo a vontade. Na tua boca, no meu olho, nas nossas cabeças.)

Quando você me faz querer escrever sobre como a gente vive (ou viveria) se eu fosse o mesmo, mas agisse diferente. E você fosse, sempre você mesma.

Quando posso saber que te amo? Quando você, efetivamente, existe.



Next Exit - Interpol

terça-feira, abril 12, 2005

Quem?

Místicos diriam que são duendes.

Cientistas, diriam ser o demônio de Maxwell com a cartilha de Murphy sob-sovaco.

Nacionalistas convictos diriam ser o saci.

Os irlandeses diriam ser Greeddy People.

Os romanos, o gênio do quarto.

Niilistas, diriam não ser nada.

Os religiosos diriam ser uma obra de Deus com propósito a ser descoberto.

Um naturalista diria que o meio corrompe o homem e deve ter sido um amigo meio corrompido.

Eu digo apenas que meus CDs do Foo Fighters e do Sonic Youth sumiram. Seja quem/o quê for, pelo menos tem bom gosto...



Walk after you - Foo Fighters

quinta-feira, abril 07, 2005

Quac!

Imagine um pato. Imagine que esse pato tem uma cor que você jamais considerou que um pato pudesse ter.

Imagine agora que esse pato tem pernas humanas. E calça tênis Bamba.

Imagine que esse pato de pernões (depilados?) e dessa cor quase inimaginável, fale russo. Melhor: português como se falasse russo.

E que o pato porta um chapéu panamá numa cor diametralmente oposta à sua penugem. E Gravata larga.

Pense que esse pato fez um permanente e pintou as unhas da mão. Preto com prata.

Leva o bico no bolso do casaco e tem lábios como o Rodrigo Santoro.

E o pato tem uma barba dostoiveskiana e olhos verdes-cinzentos como se fosse um irlandês.

Você não está vendo um pato ainda, né?



Vivo no morro - Pato fu

quarta-feira, abril 06, 2005

memórias póstumas de Carol Wojtyla

"Gostaria de lembrar aos vermes que devoram meu doce cadáver: abafei a Teologia da Libertação (o movimento mais cristão dentro da Fé Católica em muito tempo).

Nada de comunismos dentro da minha Igreja! E Leonardo Boff, largue o colarinho, pois aqui não mudas nada.

E o amrgo é: non habemus papam."



Procissão - Gilberto Gil + Mutantes

terça-feira, abril 05, 2005

Edital do não-concurso

Por delegação de competência do Magnífico Reitor do Blogue LugarCerto, conforme Portaria n.º 2.590 de 26/09/97, torno público que estarão abertas as justificações para a não-seleção de PROFESSOR SUBSTITUTO por parte de algum integrante do grupo NoData, nos termos das Leis 8.745/93 e alterações dadas pela Lei 9.849/99, por 10 (dez) dias úteis a partir da data da publicação do presente Edital no Diário Oficial da União, conforme distribuição a seguir:

Teria que dedicar alguns estudos PESADOS para ser aprovado na seleção;
A preparação da aula não seria de Bolinhos de chuva (e nem esses sei fazer);
Se aprovado fosse, não tenhoa menor condição de ministrar as disciplinas de Legislação e Imprensa Segmentada, daria aulas meia-boca de Ética e com algum esforço seria capaz de lecionar Teorias da Comunicação I e II e do Jornalismo.

Já me deram péssimas aulas. Gostaria que isso parasse por aqui. Faço o mínimo: minha parte.



Protège moi - Placebo

sábado, abril 02, 2005

memórias sentimentais de Lielson Zeni

#1


Nasci 16h30 da tarde. Gente fina de princípio. Não avacalhei com minha mãe e fiz ela ir pra cesarAriana de madrugada.

#2


Com poucos anos, desfilo pela avenida principal de Francisco Beltrão de mãos dadas com uma menina. Um talento jovem.

#3


Me apaixono quadradadmente por uma guria que não lembro o nome. Findou na brita...(fui derrubado por uma marmanjo da quarta e posto embaixo de uma bicicleta em movimento)

#4


Sou apresenteado à anemia. Fazemos par por anos. De extremo ciúme, ela impede que demais mocinhas buscassem cachos...

#5


Tomo posse do título do segundo beijo. Esse de fato marcante, por envolver alguma qualidade técnica e uma preocupação plástica.

#6


Acho com o pé o tal mar. Perco o passo de amar.

#7


Entre Pêlos do corpo, apelos do corpo e pelo corpo, me confundó dos judas.

#8


Me confundo poeta. Marco um belo gol anulado injustamente...

#9


Resolvo por me apaixonar. Depois, me apaixono por resolver.

#10


Ei! toma tua fita com Flores do Mal!

#11-24


{(.)[.]/./}

#25


Festa grata (mas não-surpresa), pessoas por contato. Presente por amigos. Obrigado por tudo.



Tu és o grande MDC da minha vida - Raul Seixas

quarta-feira, março 30, 2005

laborum meta

Tem gente que pode até dizer que eu sou vadio.

Não deixa de ser uma visão da coisa. Mas vamos pôr assim: o trabalho não te traz mérito nenhum.

O fato de você estar trabalhando não torna melhor que você mesmo quando não está. O desempenho de um papel social não é = a nobreza/ felicidade.

Duas fontes importantes conocordam comigo: a linguística e a Bíblia.

Deus - Aquele que deve pra muita gente devido a seus filhos caloteiros que mandam pôr no caderninho do Pai, ao expulsar Adão e Eva do Paraíso lhes disse (entre outras) ...e terão que ganhar o pão do suor do seu rosto.... Taí. Trabalho é um castigo divino. Pergunte pra qualquer criança se castigo é legal e terá sua resposta.

A origem da palavra trabalho é de TRIPALIUM. TRI = 3; PALIUM = estaca, pau, palanque. E o quê o 3 de paus tema ver com a história?

O TRIPALIUM era um instrumento de tortura que funcionava do seguinte modo: a vítima era amarrada em cordas algo frouxas, muito próximo ao chão em quatro palanques (calma, o TRIPALIUM entra daqui a pouco) a formarem os cantos de um quadrado imaginário. O torturado ficava como "X". Sob ele, na direção de sua barriga e de seu peito ficava o TRIPALIUM.

Enquanto o desafortunado tivesse força pra manter as cordas esticadas, conseguia se manter suspenso e sem tocar nas estacas. Mas o tempo passa, os forças se esvaem e o corpo e as estacas se aproximam.

Tortura física e mental pela fadiga. Essa é a raiz da palavra trabalho. Qualquer semelhança com stress ocasionado por trabalho demasiado é profecia semântica.



Drugs don't work - The Verve

terça-feira, março 29, 2005

Como lidar com mijadores

Eu odeio mijadores.

Não me refiro aos pinicos gigantes grudados nas paredes de banheiro masculino. Nem às pessoas que sofrem de incontinência urinária.

Mijador é uma epressão utlizado pelo meu pai (que considero um homem sábio) pra designar pessoas que gostam de se impor antes de te apertar a mão.

A origem do termo advém de animais, como cães e gatos, marcarem seu território pelo mijo. É uma necessidade isntintiva e primal que obriga essas criaturas a delimitarem o espaço que lhes pertence.

Um mijador é um cara que vai falar alguma gracinha e vai tentar ridicularizá-lo antes mesmo de saber seu nome. O Importante é deixar claro pra você (que acabou de aportar no mesmo recinto que ele) quem é o cara legal e divertido; ele.

Que o maldito território é dele. E que ele pode continuar aquilo que já esboçou em sua chegada.

Reconheça o mijador, seja sarcástico, deixe que ele se engane. Dê-lhe um sopapo irônico em toda e qualquer oportunidade. O mijador estará tão ocupado escorrendo sobre alguma coisa, que nem perceberá. Mas as pessoas empoçados a sua volta, sim.

E tape o nariz.



Human - Goldfrap

quinta-feira, março 24, 2005

...e tenho uma absurda vontade de gritar e...




Estados alterados da mente - Titãs

quarta-feira, março 23, 2005

Mudando de idéia

Coisas de que são difíceis de gostar num primeiro momento, mas com o passar do tempo mostram todo seu valor e exuberância a ponto do questionamento como não gostava disso antes surgir:
  • New Order;
  • narrativa de fluxo de consciência;
  • o par Kid A/ Amnesiac do Radiohead;
  • literatura clássica;
  • cerveja.



Helter Skelter - Beatles

terça-feira, março 22, 2005

elo: amar.

Quando eu era mais jovem (e hoje sou quase um senhor - entretanto nem um pouco respeitável, um pulha in facto - que não exatamente o que eu queria ser, mas o tempo é rápido demais pra fugir) possuia inúmeras convicções(sobra a vida e a desvida, sobre eu, alter e Deus, sobre as coisas baixas e sublimes, sobre o amor unilateral de via dupla, sobre o túnel que cobre e sobre o livro sobre a mesa). Tudo que eu queria era ser negado por alguém.

Queria que provassem meu erro. Saboreassem e interditassem.

Mas hoje?

Hoje? Hoje sei lá...



All mine - Portishead

segunda-feira, março 21, 2005

Será?

Eu posso jurar que o cara que quase cravou o guidão da bicibcleta em minhas costelas pela manhã me disse:

Pra quê tudo isso, Lielson?

Ah, não. De novo não...

Mesmo sem ler esse blógue sinta-se parabenizado pelos seus 60 anos,ó admirável progenitor.



The ghost of Tom Joad - Rage Against The Machine

domingo, março 20, 2005

Uma simplificação de toda busca de conhecimento moderna, quero dizer, em uma única palavra buscando traduzir o escopo da ciência:



SEMtido



Modern age - Strokes

quinta-feira, março 17, 2005

Post do que eu tava afim

Existem muito mais livros que tempo de leitura;
Existem muito mais filmes que sessões onde você estará;
Existe muito mais gente interessante que ocasiões pra conhecê-las;
Existe muito mais frases do que todas as que você usará;
Existem muito mais idéias que tempo pra entender;
Existe muito mais amor do que aquele que encontrará;
Existem muito mais lágrimas do que água que irá tomar;
Existem muito mais fragâncias do que você perceberá;
Existem muito mais sabores do que a terra pode te mostrar;
Existem muito mais cores que as tintas que conhecerá;
Existe muito mais dor que os gritos que irá berrar;
Existe muito mais morte do que aquela que terá.

Claro que o tempo corre. Vivem querendo matá-lo!
[Grouxo Marx]



Maps - Yeah Yeah Yeahs

quarta-feira, março 16, 2005

Atendendo a pedidos

Como a vida não anda (é paralítica) fácil pra ninguém, a nossa redação recebeu uma sugestão de pAuta da leitora Milana Bernartt. Caso os demais leitores tenham interesse em ter sua pauta publicado pela equipe NoData, basta entrar em contato. Segue:

Entregadores de água

Você já viu um desses caras que carregam aquele monstro de 300 toneladas chamados de galão de 20 litros d'água? Desses caras magrinhos?

Esses nossos Atlas da vida moderna, alçam-se escadas de edifícios acima, escritórios adentro e casas avante como Sísifo.

Tá. Não chega a tanto, mas eu não queria esse emprego nem fodendo.

Sem falar que esses caras não são confiáveis. Já pensou no quê eles poderiam carregar se existisse o conceito/ necessidade biológica de uma galão de 20 l em casa? E você dúvida que eles carregariam o que quer que fosse (propano, cianureto, gás hilariante, contenção imoral, éter, etc).

São homens-bomba de hidrogênio, os soldados do futuro. São capazes de carregar até 3 galões e manter o equilíbrio de sua belleville!

E o pior: sempre pedem pra que você ajude a erguer aquele elefante azul plástico e te molham. Dizem que acidentalmente.

Mas aquele risinho de anarquista brancoem suas faces não me engana...


Roads - Portishead

quinta-feira, março 10, 2005

Regimes Ultra-internos

Você é um escravo. E todas as pessoas conjugáveis em qualquer tempo ou indicativo.

Aparelhos repressivos de Estado? Aparelhos ideológicos de Estado? Nem só de Althusser vivem as repressões.

Pensa no que você fez hoje.

Sabe o porquê de cada um desses atos? Dou o exemplo: eu acordei muito cedo. fui até a Reitoria e tive aula. Almocei e vim ver e-1/2s.

Sabem porque fiz isso? Por que me inscrevi nessa matéria mais de um mês atrás, porque esperava uma resposta de e-1/2 enviado sexta e porque a última vez que havia comido era ontem.

Fiz isso tudo porque meu EU passado me obrigou a fazer. Me mandou fazer.

Cada alvorecente manhã sigo os designios de mEU ontem.

Mas me vingo: deixo tudo preparado pro Lielson de amanhã. Começa a ser minha vez de mandar.

Embora seu mandato seja tão frágil, que só se realize quando você não tem mais controle algum.

É como se cada vez que você dormisse, morresse praquele dia. Mas não pra história. Teu descendente pagará tuas dívidas.

Uma tirania em carpe diem...


Same - Snow Patrol

quarta-feira, março 09, 2005

fabricado em 9 de março de 2005 - válido por 20 posts

Quando tu vai no mercado (digamos comprar leite [se for um consumidor cuidadoso]) olha a data de vencimento do produto. Sobretudo se estiver em promoção.

Quando você começa uma faculdade, sabe que aquele é um período da sua vida com data de validade. É daqueles em torno de 4 - 6 anos. Melhor não consumir após o 8º ano.

Tudo na nossa vida deveria ter um prazo estampado e declarado.

Bate-papo recomendado até as 3 da manhã. Além desse período a tendência é a coisa passar ao enfadonho e bocejante.

O seu animal de estimação (gato, cachorro, papagaio, porco, etc) vem com uma marquinha que diz: aproveite em 12 anos. Após, eles ficam cegos, bobos e loucos.

Você conhece uma pessoa, e ela já está com a etiqueta AMIGO ATÉ 2012. E os relacionamentos? (caso válido pra 3 dias; válido pra uma selvagem noite de sexo; por 3 longos e belos anos; até não aguentar mais viver; até o primeiro euteamento; até a segunda traição explícita).

Tudo com seu tempo conhecido.

Mais que um inimigo (como pensa Baudelaire), mais que um amigo que cura os males (como pensa o chavão), o tempo é um circunstância humana inalienável.

O nosso tempo é contado, mas não temos o contador. E talvez aí esteja a graça de tudo...


Driftwood - Travis

segunda-feira, março 07, 2005

Ensaio fora...

Fiquei sabendo que no filme 'O Casamento de Romeu e Julieta' existe um personagem secundário chamado Lielson.

Seria uma espécie de citação pop de vanguarda pelo que ainda farei?

CLARO QUE NÃO!

É uma coincidência bacana, que me deixa pensando: eu tenho os e-1/2s lielson @hotmail e @gmail. Ele não.
[rá-rá!]
As aulas de mestrado serão tão empenhosas quanto pensei. E não apenas por ter que acordar no canino horário de 6h15.
[rá-rá!]
Mandadores de e-1/2 pro lielson@bonde.com.br. Foi bom enquanto durou, mas nossa relação chegou ao limite. "delete as minhas cartas e não me procure. assim será melhor."
[rá-rá!]
*Os deteriorados textos desse blogue tenderão a alguma coisa, em busca do melhor. Fica a promessa.


Luka (Suzane Vega) - Lemonheads

sexta-feira, março 04, 2005

Sonho de consumo

Acho que todo mundo deveria ser apaixonado por uma celebridade. Você resolve a necessidade de ter um amor platônico que nos é passada pelos aparelhos ideológicos do estado romântico.

Acaba sendo saudável; se não está ao alcance, logo você apenas fantasia num limite razoável. Sem dor, noites em claro, indecisões. Só uma lembrança suave como uma brisa marítima pra quem nunca foi ao litoral.

Algumas vezes você nem seria capaz de conversar com tal celebridade, por não dominarem o mesmo idioma.

Eis que supero Scarlett Johansson. Foi mais forte que eu. Ontem assistia As Invasões Bárbaras, quando me deparo com ela:



A Nathalie do filme é na verdade Marie-Josée Croze(ai, ai). Nascida em Montreal, em 1970(ai,ai). Quero uma dessas pra mim...




Out of time - Blur

quarta-feira, março 02, 2005

Aviso aos porras dos navegantes

Tirem seus rabos mal-cozidos da cadeira giratória e diminuam sua sessão de contaminação por chumbo hoje.

FNAC. 19h. Lançamento oficial do PUTZ (clica na bagaça aí do lado esquerdo de quem lê, que tu descobre sobre o que se trata).

Não custa nada, não. Falei que vai rolar vinho de graça e pães torrados com uns trecos pra atacar sabor em cima? Pois é, vai.

Já dizia Toninho da Renovar:(vocês sabem o que ele dizia)



Crystal ship - The Doors
Vitória 1,2,3!



Um menino feliz por ganhar um disco compacto da trilha sonora do Homem-Aranha. Mal sabia ele que isso era só o começo...


Nem parece - Mombojó
A última coluna que faço no Bonde...

...pois na próxima já não mais estarei cá trabalhando.

Senhoras e senhores, Hunter S. Thompson!!
[APLAUSOS]



Mess Around - Ray Charles

terça-feira, março 01, 2005

Na ausência de assunto...

Dois contos:

Passeio
A Dança

Sintam-se à vontade pra criticar, gostar ou não ler. Prometo não pedir opiniões.



Killing an arab - The Cure

segunda-feira, fevereiro 28, 2005

Bolãoscar

Num bolão que participei pro Oscar entregue ontem, acertei 14 (talvez 15) das 24 categorias.

Sério, sou meio bom nisso...

Ah, Mulher-gato na cabeça no Framboesa de ouro.

PS - como muita coisa nesse blogue, o post anterior era uma mentira inlavada.



Crash - James

sexta-feira, fevereiro 25, 2005

Sejamos Francos?

Deu esse negócio de blogue, né?


Go cry on somebody else's shoulder - Frank Zappa

quinta-feira, fevereiro 24, 2005

"...toca. toca, porra!"

Ódio. Raiva. Espectativa. Esperança. Pressão dos dedos não-opositores sobre a palma da mão. Bruxismo momentâneo.

Todo o acima relatado numa sequência torrencial e desumana. Palavras de baixo calão, saltos da almofada, tapas no chão, mãos cobrindo face.

Inúmeras vezes em menos de duas horas. Mau-humor temporário, impaciência e desilusão.

Então era por isso que eu tinha parado de assistir os jogos do Francisco Beltrão...

{oLimanãopodiatertiradoaquelabolaemcimadalinha!Mascomaqueladefesavazadapela(...)}



Broken hearts are for assholes - Frank Zappa

quarta-feira, fevereiro 23, 2005

31 de Março 1980

Caro Mundo,
Como vai? Por aqui, vamos bem, mas temos algumas "coisinhas" pra resolver:

os regimes de ultra-direita se tornaram demodês, portanto a dona Moda será tão ridícula e cômica, que as pessoas poderão se divertir no futuro. Espere pra ver o que acontecerá com os cabelos. Ah, e os brincos! Cáspite!

Já conversei também com a srta. Música, ela usará sintetizador e caixa 'seca'. A idéia é fazermos a coisa toda bem engraçada, saca? Meio na idéia do horóspoco chinês (sabes que esse ano é de macaco, não?).

A dona Guerra não abre mão de pôr Irã e Iraque em conflito. Ela diz que até sonoramente é um estrondo. Senso de humor mais estranho...

O seu Cinema faz questão de tornar as películas brasileiras intragáveis. Ele está dando uma chance pra tia TV aparecer mais (não consigo entender qual é a relação deles).

Ah, e também tô te mandando um piá aí, lá pelas 16h30. Ele não vai te mudar, mas cuidado com ele. Acho que nem sempre vocês vão se dar bem. São muito geniosos vocês dois. Tentem se entender.

Te espero sábado pro aniversário do Primo Existência
Beijos

Vida Vitae



Joe's garage - Frank Zappa

terça-feira, fevereiro 22, 2005

Só pra não passar em brancas nuvens

O texto que eu escreveria aqui estava ficando muito longo, portanto virou o começo da próxima coluna do Bonde - que ainda não escrevi.

Daí, eu não sabia sobre o que escrever. Mas me parece que vai chover hoje.

Tempo loco...



What's the ugliest part of your body - Frank Zappa and The Mother's Of Invention

segunda-feira, fevereiro 21, 2005

causa vitae

Dor de cabeça, câimbra nos pés, braços exaustos, dedos doídos, cabelo desgrenhado, mão machucada, pescoço torcicolorido, costas não-eretas, corte no rosto, olhos cansados, unha roída, saco cheio.

Quantos sintomas somatizados...



Panic - The Smiths

sexta-feira, fevereiro 18, 2005

O dia depois de ontem, por Miles Raymond

Hoje, acordei 10h20, comi melão, gostei e saí.

Hoje, entreguei a minha proposta de oficina pra Antonina, e pensei "porque não?".

Hoje, descobri como serão minhas aulas do mestrado e permaneci um tanto confuso.

Hoje, eu vi dois jovens de 12 anos flertando, com caras de apaixonados e inseguros, e sorri.

Hoje, resolvi ouvir Frank Zappa. A escolha de que música seria baixada foi embasada no critério "nomes bizarros". É uma seleção grande...

Hoje, sinto uma angúistia de que alguma coisa pode acontecer. Por mais que uma outra angústia faça eu achar que não vai...



Across the universe (Beatles) - Fiona Apple