quarta-feira, dezembro 30, 2009

Ouvindo... toques?

- Doutor, tô com um problema no ouvido, fico ouvindo um barulho estranho, constante, mas pouco intenso.

- hmmm... o que ouve é regular? Digo, escuta o tempo todo, sem interrupção?

- me parece que sim, nesse momento tá aqui, me acompanhando: tec-tectec-tec... e continua...

- a-rã... preste atenção no seguinte: você ouve enquanto eu falo?

- fale alguma coisa aí, doutor...

- bem, é que tive um paciente com um caso semelhante ao seu, mas no caso dele, descobrimos qual era o som que ouvia e...

- não.

- como não? Eu sei do que eu tô falando!

- não, eu não ouço enquanto você fala...

-ah, certo! procure descobrir qual som é...

- por que você não me diz logo?

- porque não quero influenciá-lo. Volte aqui amanhã no mesmo horário. Até lá, tente descobrir qual som é esse.

- tá bom... até amanhã, doutor!

- adeus!

(...)

- buenas, doutor. Eu descobri.

- olá, tudo bem? O que você descobriu?

- o barulho que eu ouço; o tal téc-téc-tectec!

- ah, sim! e o que você que é?

- eu ouço um teclado!

- teclado como no The Doors? Tã-tatataã-tarãraãaaaaa...

- não, não, teclado de computador!

- então, é isso: estamos diante do mesmo caso. Você não é o primeiro que atendo com isso. chama-se síndrome de Morrison.

- Tipo...

 

- não, não. O outro... mas isso não é importante. Eu tive um paciente que ouvia o som de máquina de escrever

 

 

 - E outro que ouvia do som da pena riscando o papel, mas esse já tinha um caso clínico anterior

 

 

- que estranho, doutor. Isso é grave?

- é irreversível e decisivo, mas não chega a ser grave. Só se mal conduzido.

- mas o que é exatamente que essa síndrome de Morrison causa?

- certo: vamos com calma. Quando alguém usa um teclado ou uma máquina de escrever?

- quando escreve.

- certo! e quando você ouve um desses...

- alguém está escrevendo.

- certo de novo! se só você ouve e somente enquanto fala...

- alguém está escrevendo minhas falas!

- isso aí! E se alguém escreve suas falas, isso significa que você é um personagem de ficção.

- nãããããããããããooooooooooooooooooooooo

- acalme-se, isso é ótimo. Agora você sabe que não é culpado de coisa alguma. Todas as suas cagadas, ops, erros e quívocos foram criadas por alguém.

-...

- se bem que todos os seus méritos também...

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quarta-feira, dezembro 23, 2009

A bolsa de maria estourou?

ttp://chaoskids.com/ROBOTS/SANTA/cover_big.jpg

Papai Noel existe. À modinha de Mario de Andrade, fundo o manifesto provocativo, cuja a função é contestar o rodriguiano óbvio que ulula(lá),  o encerro nesse ponto final.

Aliás, Papai Noel existia. vou te contar o que se passou só lembrei desse história depois que vi:

O dia era 23 de dezembro e levantei pra tomar água. eu morava em Francisco Beltrão ainda. era umas 3 da manhã. na verdade, eu não sei dizer, porque eu não tinha relógio na época.

percebi que Bob e Lucy (os felinos) não dormiam em seu cobertor azul, mas e daí? os gatos são animais existencialistas! ao entrar na cozinha, ele tava lá, coçando a barba:

- entra aí, moleque. calor da porra nesse Brasil, hein? caralho...

- papai Noel?

- papai, não! vai ver se tenho filho que nem você. francamente.

enquanto falava, ele girava a toca na mão e bebia em uma caneca. 

- o que tu faz aqui? perguntei, enquanto ele tirava o casaco. por baixo ele usava uma camisa da seleção do Sápmi.

- então, pensei em adiantar um pouco do serviço e já entregar, mas daí olhei pra vodka, ela olhou pra mim, sabe como é... eu entendi porque ele tem a cara tão redonda. ele continuou:

- sabe, os sindicatos místicos são muito complicados: pedi pra sair. tô cansado. me ofereceram vaga de espírito de natal! falei: justo eu que sou tão cético, virar um espírito, é demais, né? acabou que não vou nem fazer esse natal. acabou papai noel. sou só Noel agora. tava pensando em virar compositor. Noel Rubro, sacou?

eu não saquei. na época não. ele se levantou, pôs a luva e bateu no meu ombro:

- falou, guri.

- feliz natal, Noel. 

 

soube, anos mais tarde que o Noel trabalha em programas infantis, respondendo cartas e e-mails do público. sei lá se é verdade.

 

http://songza.fm/~0l5ftn

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domingo, dezembro 13, 2009

Elementos da teoria da comunicação: o ruído

é por causa dele, o Sr. Ruído, que na casa da comunicação tomam-se largos goles de redundância. dá pra pensar numa oposição entre a redundância e o ruído.

o ruído é um estrangeiro: vêm de fora, tratando de outros temas, puxando outros assuntos, fazendo um delicado estardalhaço, jogando tintas, batendo portas.

não é a primeira vez que falo sobre esses malditos: o som do ruído/mm me põe num intervalo, em queemudeço. eu ouço eles, e ali na frente do palco, a redundância da rotina perde pra aqueles sons, barulhos e algo que jé me faz perder os vocábulos entre as camadas de guitarra e as afinações fantasmagóricas - aqueles pedais prendem almas, eu sei.

que bom que a Van conseguiu achar um léxico pra pôr voz em cima daquele instrumental. ela escreveu 3 (?) histórias a parir de 3 canções desses 3 vezes devaneadores. ela pôs ruído verbal no meio de uma beleza instrumental. e ouvi dizer que isso é só o começo de outras interferências.

os textos estão no site da Mojo Books. Mas o tio facilita a leitura de vocês, com links diretos - basta clicar no leia - e as músicas correspondentes:

Novíssima

Stravinsky sky

A praia

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quarta-feira, dezembro 09, 2009

Eles estão chegando!

eu sempre curti histórias de teorias da conspiração, dominação mundial e aquele lance da Terra Oca. e vi seriados, filmes, li livros e quadrinhos. a té tirrei sarro d eum amigo que dizia se cagar do filme Scanners.

mas quando eu descubro que luzes estranhas em formatos simétricos e tomados deram um showzinho na Noruega, eu fico com o cu na mão e agradeço que eles não estejam na Copa.

Os cientistas, sem palpites comprovados em laboratório ainda, chutam barbaridades como lançamentos de mísseis; ufólogos pululam e batem palmas; fervorosos na fé podem pensar num warm up do arrebatamento; alguém vai dizer que é um balão metereológico; eu queria que fossem só uns adolescentes sem noção com novos aps para seus Iphones. mas acho que não é.

eu sei, e só isso que sei, que isso me dá arrepios. vou por mais um cobertor na cama, pra eu poder me cobrir bem durante a noite. e sonhar, que nem quando era criança, que um vampiro senta na cama, perto dos meus pés e fica esperando em tirar a cabeça pra fora das cobertas pra me atacar.

ou seriam alienígenas? demônios? seres de luz?

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terça-feira, dezembro 01, 2009

os melhores do ano

chegamos em dezembro.

na mesma geladeira, com a lista de compras, dá pra pendurar a lista de melhores do ano.

como muita gente vai fazer isso, pensei em fazer uma lista dos piores momentos do ano - isso seria inusitado e particular. até o brasileirão tá acabando - esse campeonato é tão longo, que nunca acho que elevai conseguir acabar.

percebi que o ruim me deixa uma sensação mas não um fato concreto de lembrança. por issso, em vez de fazer qualquer lista, sugiro que leiam os quadrinhos Umbigo sem fundo e Retalhos e que vão em um show do Radiohead e que se divirtam com isso:

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terça-feira, novembro 24, 2009

Estudo dos tempos e movimentos

Vivemos tempos. tão estranhos, mas tão estranhos, que os tempos sequer se banham em adjetivos.

Vivemos tempos.e um de cada vez. se eu fosse músico poderia falar de movimentos e evoluções em sinfonias, e de ritmos e andamentos em sonatas, valorizando com este os tempos e com aquele os movimentos.

"Não, cara. eu não posso assinar. tenho filho pra criar entende? você entende, né? mas eu sauper apoio o..."

Movimento. uma ação, um drama do corpo em resposta ao mundo. um improviso impensado. um movimento acontece dentro de uma caixa de tempo. e as caixas de tempo só podem ser vistas quando enchem-se de movimentos. senão ele passa.

"olha, mal aí. pode ser ruim pra vocês, mas eu vou ganhar um monte de hora extra. não assino. vai almoçar já?"

de movimento em movimento, esvai-se o tempo. e com o tempo, esvai-se, afinal vivemos tempos.

"eu sabia que era perda de tempo..."

Quanto tempo já se foi pensando em tempo passando, em tempo pasado? o tempo está em movimento. e em movimento célere. quando se vê, não há amis o que ser visto: já foi passou. acabou.

"senhor? está na hora..."

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quinta-feira, novembro 19, 2009

Ato 5

 

Hoje tem lançamento da revista do André Diniz e do José Aguiar lá na Itiban. O Zé é um dos quadrinistas mais fodas do Brasil. quem duvida, dê uma olhada na variedade de estilos de Quadrinhofilia, outro álbum do cidadão; o André Diniz é outor monstro. roteirista de primeira linha, publicou o ótimo 7 Vidas.

falando em Itiban e Ato 5, tá aqui minhas observações sobre a revista, no blog da Itiban.

Simbora lá. é hoje às 19h!

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terça-feira, novembro 17, 2009

Lost in translation OU Títulos a beira de um ataque de nervos

Eu admito: não me sinto nada original e cogitei até não escrever sobre isso.

mas por fim, me meti atrás do teclado e está aí: algumas graças da tradução de títulos de filmes. eu, um entusiasta de listas (leu o blogue ontem?), categorizo em pelo menos três essas traduções:

Tipo, totalmente em português brasileiro

Esse não é dos piores, mas ser uma espécie de metalinguagem, já que o título original se perdeu na tradução, é do caralho.

já esse é totalmente criativo: haja capacidade pra sair de A corda e chegar a Festim diabólico.

Como alguém consegue ver este filme e falar: já sei! que tal Mistérios e paixões? levei anos pra saber que uma adaptação do livro existia.

Totalmente em, tipo, português europeu

Apesar de Um corpo que cai ser bastante legal, os lusitanos nos moeram: A mulher que viveu duas vezes. Jesus multiplicou pães e peixes. os tradutores, palavras

esse, confesso, é que motivou a minha postagem. creio que Sacanas sem lei fale por si só.

Se você achava que Os reis do iê-iê-iê era o fundo do poço, nossos amigos lusitanos abriram os porões do poço: Os Quatro Cabeleiras do Após-Calypso. repetindo: Os Quatro Cabeleiras do Após-Calypso. a partir daqui, tudo é anticlímax

Meio português, meio inglês, sem azeitonas

o nome do filme se refere a uma tecnica de revelação fotográfica, mas algum cabeçudo precisava socar um explicativo "depois daquele beijo". que ao lado de Blow up, significa nada e confunde muito.

Se você achava Um beijo roubado brasileiro ruim, que tal My blueberry nights - o sabor do amor?

sim, você já viu antes. sabe como se pede esse filme em Portugal? "você tem Lost in translation - O AMOR É UM LUGAR ESTRANHO? Com a Scarlett Johansson, Bill Murray?"

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segunda-feira, novembro 16, 2009

Ecoando listas

Gostamos de listas porque não queremos morrer.

 

A frase acima é do genial Umberto Eco. ela foi retirada dessa interessante entrevista aqui:

(clique na imagem para ler a entrevista de Eco)

 

E aqui, uma lista de 5 passagens batutíssimas da entrevista:

"Gosto das listas pela mesma razão que outras pessoas gostam de futebol ou pedofilia. As pessoas têm suas preferências."
"A lista é o marco de uma sociedade altamente avançada, desenvolvida, porque ela nos permite questionar as definições essenciais. A definição essencial é primitiva comparada à lista."
"A propósito, se você muda constantemente de interesses, sua biblioteca constantemente dirá algo diferente sobre você."
"Se você interage com as coisas em sua vida, tudo muda constantemente. E se nada muda, você é um idiota."
"A lista é a origem da cultura. Ela faz parte da história da arte e da literatura."

Umberto Eco

 

Eu, que sempre gostei de listas, andava com uma ideia na cabeça - na verdade, uma ideia antiga - que envolve justamente uma lista.

lembro que ao ler Alta fidelidade, de Nick Hornby, o que mais me impressionou foram duas coisas: as listas, pois já era uma mania minha que foi solidificada pela leitura; e a criação de uma fita coletânea pra alguém, porque era uma coisa que eu queria fazer e, novamente, o livro foi um chute na bunda da minha inércia.

(imagem criado por iri5. veja as outras AQUI)

continuei lendo o Hormby, fazendo fitas e escrevendo listas. quem acompanhou meus blogues anteriores sabe do que eu falo.

um dia, um livro do Hornby sobre listas, o médio 31 Canções caiu na minha mão. tive uma ideia com ele, mas falarei disso outro dia.

retomando, sou um cara de listas:

- lista de livros pra ler

- lista de HQs a serem compradas

- lista de músicas a serem baixadas (já foi de CDs a comprar)

- lista de filmes

- lista de temas pro blog

daí li essa entrevista do Eco sobre listas e cultura e fiquei com vontade de voltar a uma postagem padrão de anos atrás: canções adequadas a um determinado momento. sei que não é exatamente uma lista, mas a ideia sempre foi que cada leitor pensasse sobre qual seria sua música praquele momento e pronto, já temos dois elementos e, por consequência, uma lista. veja aí:

Canções certas para momentos específicos:

Para se afogar em um mar azul cristalino, vendo a terra ao longe, e acabar não se importando muito com isso.
No Surprises - Radiohead

Para ver o fim do mundo de um terraço em Nova Iorque, sentado em uma cadeira de praia.
Ando Meio Desligado - Mutantes

essa postagem é de 2003, de um blog antigo abandonado.

que coisa vergonhosa, né?

Para passar vergonha pública em um blogue com coisas de muitos anos atrás:

Mongoloid - Devo

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sexta-feira, novembro 13, 2009

Direito autoral

Descobri que estamos em uma época em que já existem filmes com direito autoral livre.

o que é uma descoberta bastante óbvia, na verdade.

não é óbvio, entretantto, o que se tem sido feito com esses filmes.

entre todas as coisas que não sei, tem uma que eu sei: foram para no youtube!

entre as varias pérolas, uma animação do Superman, de 1940:

e a Noite dos Mortos-Vivos.

sim! ele mesmo! o clássico filme do Romero: inteirinho em 95 minutos de uma direção sensacional!

(clique no cartaz pra ver a obra no iultubi).

o filme é domínio publico por conta de uma antiga lei americana de direito autoral e de uma cabacisse: esqueceram de colocar um aviso de copyright em algum lugar e agora o filme é da geral!

veja os primeiros minutos do filme e mantenha sua cabeça no seguinte: um cara andando devagar ao longhe quer dizer zumbi por causa desse filme. os enquadramentos inteligentes e o pouco sangue nos primeiros 15 minutos indicam que esse filme é um divisor de tumbas nos filmes de desmortos.

só posso recomendar enfaticamente.

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quinta-feira, novembro 12, 2009

Sequer se quer...

Aposto que você passou por uma fase - normalmente, na infância - de querer várias coisas só pra si. se ainda não passou, fale com seu médico; eu falaria.

daí você aprende que não vai ter o seu tudo. nem o tudo dos outros. daí você aprende que não vai ter nenhum tudo. parabéns, essa é a maturidade: uma luta constante com o sentimento de incompletude e o anseio do pleno.

mas não é de lições de vida que tratamos neste espaço. aqui eu trato de ninharias, picuinhas e nã-ninhas outras.

por exemplo, de coisas de inveja.

queria ter tido a ideia pra escrever este livro:

 

Mas agora é tarde... queria também ter escrito "Um amor e uma 45":

sempre é uma coisa meio tardia. não é aquilo que eu não conseguiria fazer, tipo o gol do Marcelinho. é coisa de eu podi ter pensado nisso, eu podia ter feito isso. é bastante possível que esses dois tenham feito melhor do que eu faria.

 

é coisa de eu podi ter pensado nisso, eu podia ter feito isso. é bastante possível que esses dois tenham feito melhor do que eu faria. isso é ainda uma crença no tudo, uma fe infantil.

High and dry - Jamie Cullum

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terça-feira, novembro 10, 2009

Crônica de uma postagem anunciada

isso tem a ver com meu trabalho. e também tem a ver com esse texto do Ivan Lessa.

eu escrevo roteiros de videoaulas. e calhou que, nos últimos tempos, por benção do Criador e da tabela de prazos de entrega, voaram até minha mão materiais de linguística e leitura. e uma desses materiais é sobre gêneros textuais.

fiquei com isso na cabeça até a noite. me lavei e os gêneros foram ralo abaixo cercados de xampu.

daí no outro dia eu li a tal coluna do Lessa. invejado dele, pensei que queria escrever daquele jeito. e faísca!

o blog não é um diário virtual, informação que se repete mais que as descidas de Sísifo na imprensa especializada em informar os pais sobre o que seus filhos fazem tanto no computador.

e quando surge um novo meio de comunicação, os outros se reorganizam e descobrem novas utilidades.

exemplifico: depois que o Twitter entrou no lugar das postagens curtas e dicas de vídeo e música, os blogs servem mais como um relato elaborado, normalmente ligado ao cotidiano, com opiniões pessoais de seus autores fugindo pelo ladrão.

ou seja, o texto típico de um blog é a crônica.

o que não diz muito sobre mundo, pois é bastante óbvio. mas diz muito sobre as pretensões desse blogueiro.

PDA - Interpol

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segunda-feira, novembro 09, 2009

as glórias do Putardo Tarantino

Cães de Aluguel é o filme mais autoral; Pulp Fiction o melhor roteiro,; Um drink no inferno, o mais esquizofrênico; Jack Brown é o ponto baixo; Kill Bill 1, o mais divertido; Kill Bill 2, o mais bem dirigido; À prova de morte, a melhor trilha sonora. e o Bastardos inglórios o melhor resumo disso tudo. gRazie, Tarrantinou!

mas, não adianta, o filme que está ligado fudido à cultura pop é Pulp Fiction: camisetas, posteres e versões. abaixo, um tutorial de Google Wave e uma versão livre da violência explicíta:

bônus

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quinta-feira, novembro 05, 2009

sou a mosca a Zumbizar

curto muito histórias trash e, sobretudo, de zumbis.

pago pau pro George Romero, me entusiasmo com a HQ Mortos-vivos, rio com Zumbis Marvel e sempre lembro que o vsionário Zack Snyder já fez seu melhor filme, o Madrugada dos Mortos.

meu primeiro roteiro de filme é de um filme trash. aliás, esse roteiro é um punhado de rabiscos em uma folha de caderno no ano 2000, meio que um argumento malfeito. nada que nos impedisse de contar a triste história da estudante universitaria que matava pessoas pra vender seus órgãos para o mercado negro e pagar a faculdade. a pérola se chama O colecionador de órgãos (ou, em inglês, the invisible killer form the tomb).

a tristeza que perdemos a melhor piada do filme (essa do titulo - achou sem graça? é, magina o resto), porque esquecemos de por o título na hora da edição!

mas o que importa mesmo é o fabuloso trailler abaixo. mais que um trash é um terrir (terror + rir; sacou?)

ieba! vamo que vamo

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quarta-feira, novembro 04, 2009

Ainda me lembro de algo

se bem me recordo, várias poostagens por aqui têm sido sobre o tema da recordação e da memória.

tem todo esse lado memorialista meio Proust (menos afetado - eu acho) que me ataca de vez em quando.

e 'atacar' é um verbo precioso nesses dias. veja só:

comprei um videogame a meses atrás; um PlayStation 2. na minha infância (e vêm lá a memória) os jogos continuavem na base do "não desligue isso por anda que eu volto amanhã pra gente 'eliminar' a fita" e da evolução suprema dos jogos até então, o password.

só que o tal do PlayStation (PS, pros íchegados) não tem password, nem continue; tem memory card. eu já sabia disso e comprei um no mesmo momento que empacotava o console.

toda vez que você quer dar uma de JACU-RABUDO (expressão beltronenese que designa algo como 'espertão' ou 'metido'), você quebra o jacu. comprei um memory card pirata.

essa pequena peça retangular de poucos centímetros quadrados é a memória do videogame. é ela que sabe por qual fase você já passou; é ela que diz quais são os níveis de poder e a somatório dos pontos.

e ela que dá pau.

já sofri dois ataques de perda de memória em menos de 6 meses.

daí fiquei pensando: e se a gente tivesse uma memoriazinha dessas? a gente ia poder literalmente trocar de memórias com alguém. mas a gente ia arriscar perder ela e não conseguir (óbvio) lembrar onde ela estava.

a gente também ia poder ficar com a memória dos que morrem. mas a gente ia descobrir que o neto preferido do Vô Tranquilo era o outro cara lá. mas, por outro lado, íamos saber do que a Michael Jackson morreu!

e, é claro, o tal memory card de gente daria pau, mais hora, menos hora. magine o tráfego de memory cards humanos, filas de pessoas no SUS tentando um novo memory card, a inundação do produto pirata no mercado negro.

não, acho melhor deixar tudo como está. mesmo que a gente não posso apagar alguma coisa, ou não lembrar direitinho de outras.

porém, um password pra recomeçar alguma fase seria de se pensar...

<i>Street spirit (fade out) - Radiohead</i>

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terça-feira, novembro 03, 2009

Whiteout (ou uaiteaute)

pois sexta fui lá, falei umas boabgens, fiz umas piadas sem graça e depois assinei uns livros: estava lançado em Curitiba o primeiro tomo com um texto meu a ser publicado no mundo.

mas eu queria falar da sessão de autógrafos.

que treco esquisito. ainda não sei porque alguém quer assinar um livro teórico. se eu fosse o Zé Mayer, sei lá. mas tem outra coisa: a parte que vem depois é fácil, um desenho que parece as letras do meu nome. mas e o que vem antes?

já tive branco uma vez numa palestra que eu dava no ensino médio. fui começar e                                 não sabia o que dizer. eu deveria explicar alguma coisa sobre a Segunda Guerra Mundial. mas no quadro tinha muitas datas e nenhuma ajuda.

já tive branco no meio de frases. reformulo: tenho brancos no meio de frases. pior: tenho brancos logo quando chamo alguém pra contar algo. entre o vocativo e a conquista da atenção uma pista de gelo se desenha em minha mente, com olhos outrem esperando por um sinal de informação.

já acordei de madrugada para escrever o livro mais revolucionário da literatura nacional e fiquei paralisado, vendo o cursorzinho piscar e ouvindo a ventuinha do computador.

pelo menos tinha um cursor se movendo. o que se escreve em um curto voto a alguém que resolveu comprar algo que você 1/6 escreveu?

deu branco. uaiteaute. se você desmaiar, é blecaute. no meu caso, foi só uaiteaute mesmo ou em casos mais graves, blencaute (blankout)  que nem branco tem pra ver, é só um monte de vazio.

ah, teve uma outra vez... que...

01 Faixa 1  
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quinta-feira, outubro 29, 2009

Minividas




quando criança eu não tive videogame (internamento em casa), nem bicicleta (externamento na rua); e o pior, sempre fui ruim de bola.

portanto, eu anêmico e algo autista me divertia com gibi e bonequinhos: os gibis me acompanham até hoje, embora tenham virado coisa de intelectual de lá pra cá - se chama graphic novels agora.

Quanto aos bonequinhos, eles ficaram em caixas, em um forte apache desmontado, na minha mochila, e em posições estratégicas. havia um sábio general e um planejador brilhante entre eles. havia, entre eles, tudo.

seres sob meu controle em um mundo meu, onde eu não tinha anemia, jogar bola não importava e meus desenhos eram fantásticos. todos eles me apoiavam e se aventuravam: dos plásticos de faroeste e super-heróis paralisados que eram estátuas vivas, aos gigantes que eram os bonecos semiarticulados do Rambo e do He-Man, passando, claro, pelos Comandos em Ação em armaduras de papel alumínio e polegares quebrados.

Todos aqueles bonequinhos (action figures é coisa de colecionador), dentro da meu quarto, representavam momentos de batalhas épicas exterrnas dentro da minha cabeça. Volta ao mundo em 80 quartos. vivi muito mais ali do que até hoje. o Cronotopo é um bicho estranho, seu Bakhtin.

Hoje, pelo menos há 16 anos sem mexer neles, sinto falta. e eles, devem sentir ainda mais falta da vida que levavam: bem guardados, rodaram Francisco Beltrão inteira, conheceram Curitiba e as autoestradas. mas o perigo maior sempre esteve na parte de cima do armário.

e, sabe, eles revivem mais um pouco na minha cabeça de quando em quando.

eu ajeitava com durex um bonequinho que perdeu o braço; um cara fraco ganhava poderes por causa de um trapo ao redor do pescoço ou de um pedaço de papel alumínio e cola; os vilões e os heróis eram caras conhecidos, e se escondiam na caixa de sapatos no meio do quarto.

acho que estou sempre manipulando bonequinhos etéreos da minha cabeça: e eles são um belo time! se um erra, logo o outro chega de Turbo Submarino; um mundo caótico organizado por mim e sob meu controle.

e no final, até quando os vilões ganham, eu ficava feliz.

hoje, com bem menos graça, invento outras coisas na cabeça. eu não sei se elas são legais pros outros, mas eu quase me divirto tanto quanto antes. agora os bonequinhos dormem no temido armário e contam as velhas histórias. acho que as ouço às vezes.

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quarta-feira, outubro 28, 2009

Como ir de Curitiba até a USP?

Resolvi escrever algo útil, bicho raro na blogsfera. Útil no sentido de valor prático, no sentido de que a arte é inútil para Wilde.
 
A questão em questão é: como chegar na USP saindo de Curitiba?
 
Eu lembrei que tive infindas dificuldades pra descobrir isso e o que eu mais queria era achar um blog que em dissesse como fazer. Vamos lá:
 
Primeiro: pegue em Curitiba um ônibus da Cometa. Isso é importante. Não caia no golpe do ônibus golden da Itapemirim (já explico);
 
Segundo: chegue na porra do horário, porque senão você não vai lugar nenhum
 
Terceiro: leve a carteira de identidade e deixe o motorista ver.
 
Quarto: seja simpático com o motorista e fale que quer descer na praça perto da USP (decore bem a
palavra código ‘praça da USP’).
 
Quinto: durma no ônibus até umas 11 horas.
 
Sexto: quando o ônibus já estiver na área urbana de São Paulo, fique esperto. Passou pela Vital Brasil (é, um rua) você vai conversar com o motora, lá na cabine, pra não ter risco dele esquecer de você.
 
Sétimo: desça do ônibus e siga o fluxo. Você chegará a um dos portões da USP em 5 minutos de caminhada.
 
Oitava: pra voltar duas opções. OU Pegue o ônibus Jaçanã na frente do prédio da ECA e vá até o terminal Tietê. ATENÇÃO: em torno de 2 horas de ônibus. Leve um MP3 player; OU vá até o posto 2000 e pegue um Itapemirim (agora sim). veja com a empresa em quais horários o ônibus passa nesse posto (que fica na Francisco Moratto, 2300). Dá pra chegar lá de ônibus ou táxi. Eu ia a pé, porque sou mais aventureiro (40 minutos de sola).
 
Dirt road blues - Bob Dylan

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terça-feira, outubro 27, 2009

Esse negócio de manter um blogue atualizado não é fácil. aliás, só
atualizar é tranquilo. mete o trailer do Transformers e foi.

mas acontece que não acredito em filme sem roteiro. nem em colocar
qualquer caracter no espaço. o fundo deste blogue é branco e consome
energia da Terra. que seja por um bom motivo.

por outro lado, com a mudança de endereço - são só uns caracteres na
barra lá de cima, eu sei - dá uma vontade de escrever.

daí chega aqui e: branco (menos caracteres e mais enregia do
planetinha indo pro zebedeu).

pensando nisso, segue uma lista padrão de textos a fazer sempre que
você não souber que texto fazer:

- fale de alguma coisa que aconteceu no trânsito ou no ônibus; (se
você está em casa há quinzenas, invente);
- comente futebol (autoexplicativo);
- fale sobre o processo de escrever em blogues;
- comente de modo perspicaz um filme que você viu (repita clichês e
opiniões sem dó, mas se for com mau humor e ironia, as pessoas
gostam);
- reclame de serviços públicos (repita procedimento do item anterior).

há mais textos possíveis, mas esses aí bastam. outra lição de quem quer
escrever um pouco no blogue é que você deve escrever pouco. pense em caracter, não em caracteres.

ah, uma imagem ou uma música sempre são boas formas de mostrar quão
ligado a novas coisas você é.

segunda-feira, outubro 26, 2009

Lançamento de livro (eu que fiz! eu que fiz!)

Sexta-feira, dia 30, 19 h, na Itiban.
 
bem, eu não fiz o livro. eu só escrevi um dos capítulos. de autores, éramos 6. no lançamento seremos 3.
 
diz o cartazinho que vai ter autógrafo.
pfffffffff!
 
 

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