pois sexta fui lá, falei umas boabgens, fiz umas piadas sem graça e depois assinei uns livros: estava lançado em Curitiba o primeiro tomo com um texto meu a ser publicado no mundo.
mas eu queria falar da sessão de autógrafos.
que treco esquisito. ainda não sei porque alguém quer assinar um livro teórico. se eu fosse o Zé Mayer, sei lá. mas tem outra coisa: a parte que vem depois é fácil, um desenho que parece as letras do meu nome. mas e o que vem antes?
já tive branco uma vez numa palestra que eu dava no ensino médio. fui começar e não sabia o que dizer. eu deveria explicar alguma coisa sobre a Segunda Guerra Mundial. mas no quadro tinha muitas datas e nenhuma ajuda.
já tive branco no meio de frases. reformulo: tenho brancos no meio de frases. pior: tenho brancos logo quando chamo alguém pra contar algo. entre o vocativo e a conquista da atenção uma pista de gelo se desenha em minha mente, com olhos outrem esperando por um sinal de informação.
já acordei de madrugada para escrever o livro mais revolucionário da literatura nacional e fiquei paralisado, vendo o cursorzinho piscar e ouvindo a ventuinha do computador.
pelo menos tinha um cursor se movendo. o que se escreve em um curto voto a alguém que resolveu comprar algo que você 1/6 escreveu?
deu branco. uaiteaute. se você desmaiar, é blecaute. no meu caso, foi só uaiteaute mesmo ou em casos mais graves, blencaute (blankout) que nem branco tem pra ver, é só um monte de vazio.
ah, teve uma outra vez... que...
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