quinta-feira, outubro 29, 2009

Minividas




quando criança eu não tive videogame (internamento em casa), nem bicicleta (externamento na rua); e o pior, sempre fui ruim de bola.

portanto, eu anêmico e algo autista me divertia com gibi e bonequinhos: os gibis me acompanham até hoje, embora tenham virado coisa de intelectual de lá pra cá - se chama graphic novels agora.

Quanto aos bonequinhos, eles ficaram em caixas, em um forte apache desmontado, na minha mochila, e em posições estratégicas. havia um sábio general e um planejador brilhante entre eles. havia, entre eles, tudo.

seres sob meu controle em um mundo meu, onde eu não tinha anemia, jogar bola não importava e meus desenhos eram fantásticos. todos eles me apoiavam e se aventuravam: dos plásticos de faroeste e super-heróis paralisados que eram estátuas vivas, aos gigantes que eram os bonecos semiarticulados do Rambo e do He-Man, passando, claro, pelos Comandos em Ação em armaduras de papel alumínio e polegares quebrados.

Todos aqueles bonequinhos (action figures é coisa de colecionador), dentro da meu quarto, representavam momentos de batalhas épicas exterrnas dentro da minha cabeça. Volta ao mundo em 80 quartos. vivi muito mais ali do que até hoje. o Cronotopo é um bicho estranho, seu Bakhtin.

Hoje, pelo menos há 16 anos sem mexer neles, sinto falta. e eles, devem sentir ainda mais falta da vida que levavam: bem guardados, rodaram Francisco Beltrão inteira, conheceram Curitiba e as autoestradas. mas o perigo maior sempre esteve na parte de cima do armário.

e, sabe, eles revivem mais um pouco na minha cabeça de quando em quando.

eu ajeitava com durex um bonequinho que perdeu o braço; um cara fraco ganhava poderes por causa de um trapo ao redor do pescoço ou de um pedaço de papel alumínio e cola; os vilões e os heróis eram caras conhecidos, e se escondiam na caixa de sapatos no meio do quarto.

acho que estou sempre manipulando bonequinhos etéreos da minha cabeça: e eles são um belo time! se um erra, logo o outro chega de Turbo Submarino; um mundo caótico organizado por mim e sob meu controle.

e no final, até quando os vilões ganham, eu ficava feliz.

hoje, com bem menos graça, invento outras coisas na cabeça. eu não sei se elas são legais pros outros, mas eu quase me divirto tanto quanto antes. agora os bonequinhos dormem no temido armário e contam as velhas histórias. acho que as ouço às vezes.

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quarta-feira, outubro 28, 2009

Como ir de Curitiba até a USP?

Resolvi escrever algo útil, bicho raro na blogsfera. Útil no sentido de valor prático, no sentido de que a arte é inútil para Wilde.
 
A questão em questão é: como chegar na USP saindo de Curitiba?
 
Eu lembrei que tive infindas dificuldades pra descobrir isso e o que eu mais queria era achar um blog que em dissesse como fazer. Vamos lá:
 
Primeiro: pegue em Curitiba um ônibus da Cometa. Isso é importante. Não caia no golpe do ônibus golden da Itapemirim (já explico);
 
Segundo: chegue na porra do horário, porque senão você não vai lugar nenhum
 
Terceiro: leve a carteira de identidade e deixe o motorista ver.
 
Quarto: seja simpático com o motorista e fale que quer descer na praça perto da USP (decore bem a
palavra código ‘praça da USP’).
 
Quinto: durma no ônibus até umas 11 horas.
 
Sexto: quando o ônibus já estiver na área urbana de São Paulo, fique esperto. Passou pela Vital Brasil (é, um rua) você vai conversar com o motora, lá na cabine, pra não ter risco dele esquecer de você.
 
Sétimo: desça do ônibus e siga o fluxo. Você chegará a um dos portões da USP em 5 minutos de caminhada.
 
Oitava: pra voltar duas opções. OU Pegue o ônibus Jaçanã na frente do prédio da ECA e vá até o terminal Tietê. ATENÇÃO: em torno de 2 horas de ônibus. Leve um MP3 player; OU vá até o posto 2000 e pegue um Itapemirim (agora sim). veja com a empresa em quais horários o ônibus passa nesse posto (que fica na Francisco Moratto, 2300). Dá pra chegar lá de ônibus ou táxi. Eu ia a pé, porque sou mais aventureiro (40 minutos de sola).
 
Dirt road blues - Bob Dylan

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terça-feira, outubro 27, 2009

Esse negócio de manter um blogue atualizado não é fácil. aliás, só
atualizar é tranquilo. mete o trailer do Transformers e foi.

mas acontece que não acredito em filme sem roteiro. nem em colocar
qualquer caracter no espaço. o fundo deste blogue é branco e consome
energia da Terra. que seja por um bom motivo.

por outro lado, com a mudança de endereço - são só uns caracteres na
barra lá de cima, eu sei - dá uma vontade de escrever.

daí chega aqui e: branco (menos caracteres e mais enregia do
planetinha indo pro zebedeu).

pensando nisso, segue uma lista padrão de textos a fazer sempre que
você não souber que texto fazer:

- fale de alguma coisa que aconteceu no trânsito ou no ônibus; (se
você está em casa há quinzenas, invente);
- comente futebol (autoexplicativo);
- fale sobre o processo de escrever em blogues;
- comente de modo perspicaz um filme que você viu (repita clichês e
opiniões sem dó, mas se for com mau humor e ironia, as pessoas
gostam);
- reclame de serviços públicos (repita procedimento do item anterior).

há mais textos possíveis, mas esses aí bastam. outra lição de quem quer
escrever um pouco no blogue é que você deve escrever pouco. pense em caracter, não em caracteres.

ah, uma imagem ou uma música sempre são boas formas de mostrar quão
ligado a novas coisas você é.

segunda-feira, outubro 26, 2009

Lançamento de livro (eu que fiz! eu que fiz!)

Sexta-feira, dia 30, 19 h, na Itiban.
 
bem, eu não fiz o livro. eu só escrevi um dos capítulos. de autores, éramos 6. no lançamento seremos 3.
 
diz o cartazinho que vai ter autógrafo.
pfffffffff!
 
 

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