funciona assim:
imagina que aí dentro é um espaço. aos poucos, isso vai sendo ocupado, algumas vezes preenchido, outras expandido.
tem um mini-você jogando lá pra dentro ideias, cores, referências, expectativas e tinta acrilíca. e você, quase sabe sempre, o que o miúdo-você faz, se é afeito à estantes, se bebe chá inglês, se gosta de fanta uva, Beatles Versus Stones, coisa e tal.
ele e você (tem diferença?) podem não falar sobre isso, recalcar, dobrar e esconder dentro do sapato, mas sabe que tá lá. ou aí.
peraí, esquece você e sua maquete.
se apega nessa massa. às vezes uma ética cai dentro de um balde e vira e um belo bolo de sinapses.
mas
(agora falo de mim, entre se quiser sentar no teto)
tem um espaço-entre dentro desse espaço aqui.
de um lado e de outro, ambos acontecimentos beijam o vazio na tentativa desesperada de se tocarem. pois se houver contato, haverá a chance, haverá a música, haverá o ponto e vírgula, haverá enfim a satisfação.
hoje, eu - de braços abertos - sou a distância que há entre o quase e o talvez aqui dentro.