tenho levado uma vida dupla.
e não é essa esquizofrenia light que todos os urbanos têm em suas autoestradas.
uma vida acontece ao lado da outra, sobre a outra, dentro, através.
são duas e simultâneas, compartilham o chão.
(vi que pensava em metades quando anotei sobre a existência dupla antes, mas não, estava errado, são dois inteiros no espaço de um e é isso que faz com que eu não me caiba, com que eu não me sirva.)
estou empaturrado de um eu que é outro.
embora seja também o mesmo.
(sinto pouca terra embaixo do meu pé para que a divida com outro.)
assim, meu problema muda: como me livrar de um de mim, se os dois estão juntos, se os dois só se diferem no que mais importa: eu.
onde está meu solo?
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