sexta-feira, julho 13, 2012

Leiturosseia do Ulysses - Capítulo Dez - Rochedos Errantes

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[Mapa de Dublin]

a partir desse capítulo o grau de diversão lielsônica extrapola as escalas. a vontade que tenho é de continuar relendo os mesmos capítulos, mas sempre que me encorajo de seguir adiante, encontro outro capítulo tão divertido quanto o anterior.

temos 19 pequenos trechos da história de cidadãos de Dublin. entre eles os nossos caros Stephen e Leopold, e também Simon dedalus, as irmãs de Stephen, Rojão Boylan, e vários outros. todos eles andam pelas ruas de Dublin e a cada trecho nos oferece um ponto de vista sobre a urbanidade da capital irlandesa.

embora independentes, os trechos reaparecem encaixados nos outros como pequenas informações: descobrimos quem é o homem que perdeu o bonde no primeiro trecho e pra onde ia alguns trechos depois, por exemplo.

uma informação em um site que diz que a primeira parte, a caminhada do padre John Conmee e a última, a carruagem real que atravessa a cidade, são citadas em todos os outros trechos.

somando isso com a frase de Stephen sobre os dois senhores no capítulo 1, a igreja e a monarquia inglesa, temos uma puta ironia sobre os valores que percorrem as ruas de Dublin.

a técncia narrativa aqui chama-se labirinto, e consiste nessa deliciosa multiplicidade pontos de vista quebradas em pequenos trechos, capaz de gerar um quebra-cabeça para aqueles que pretendem encaixar todas as ações na ordem.

o episódio homérico não existe.

é, não tem.

os rochedos errantes era uma opção de navegação. a outra era passar entre Cila e Caríbdis, que foi o que Ulisses fez e é o capítulo nove do livro de Joyce. de acordo com as notas da versão da Alfaguara do Ulisses, o mito dos rochedos errantes é fruto de uma ilusão de óptica, que fazia os marinheiros acharem que as pedras se moviam para afundar os navios.

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