quarta-feira, janeiro 03, 2007

Ao moçar sozinho, percebi
 
Almoçar sozinho percebi, ou melhor, tentei perceber o que nos leva a próxima abocanhada de ração.
 
"A fome?"
Digo-te não!
aliás, não somente.
Não no meu caso, nessa arena de estudos pela qual voluntariamente me embrenhei.
não, eu acho.
 
- eu tinha um prato satisfatória a minha frente.
- meu horário obrigatória distava dali em hora e meia ainda.
- eu tinha vontade de comer o que ali estava, visto eu-próprio ter escolhido e eu-próprio onerar com a conta.
 
Corteilhe um pedaçote de carne mal-passada, e aboqueio adentro.
o sabor me agradava.
o aroma que eu sentia ao mastigar me agradava.
a consistência do bife me agradava.
até o esforço que desprendia a mastigá-lo me agradava.
 
mas sentia uma inapelável vontade de engolir logo o pedaçote e partir para outro pedaçote da mesma carne.
por quê?
mastigar e destroçar aquele já me contentava a contento.
mas uma ambição carnívora, advinda de involuídos tempos imateriais exigia mais proteína.
entre a 14º e a 16º mastigada retomei as rédeas de meu almoço e mastiguei mais um tanto, e engoli.
 
até a 20º bocadaiada, o sabor ainda desfilava pela minha língua, abastecendo as papilas gustativas com seu sabor tenro e assado.
mas eu ainda queria mais (o que acho natural).
mas eu ainda queria mais sem liquidar por completo e benefiar o suficiente do que já tinha (o que acho burrice).
 
nenhuma resposta foi obtida nesse experiemnto imbecil.
fique por saber que mastiguei tudo bem, sendo condecorado pela digestão com suaves lembraças vespertinas dos sabores almoçados.
 
Uncle meat - Frank Zappa

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