quarta-feira, junho 14, 2006

A fúria

Tenso.

Zenilo estava tenso. Teso. No limiar duma explosão, qual um gato que olha assustado sem ser visto.

Toca o telefone. Zenilo olha. Toca. Ignora. Toca. Tu não vai atender não? Toca.

Zenilo adota a única atitude passiva possível: olha para o aparelho, pega-o na mão, gira na cadeira, puxa os fios que o prendem à tomado e atira-o contra a parede. Sorri e olha: Pronto...

O solitário aparelho espatifado no chão ainda deu seu estertotrinado final, ao qual Zenilo respondeu com o arremesso do monitor de se computador sobre o espatifado aparelho.

...Zenilo, eu acho que... o texto é interrompido pela interlocução manual de Zenilo, que soca seu companheiro de trabalho.

Com ele no chão, Zenilo aplica um série sequenciada de chutes nas costas e cabeça, até que os dentes pulem para a parede. O estagiário que passava por ali e olhava assustado recebe uma joelhada no estômago e outro no nariz.

Zenilo, levanta uma cadeira e a atira na janela de sua sala, dando a ela a liberdade de 15 andares. Um segurança da empresa chega pra segurar Zenilo, que lhe soca a cara e toma a arma. Um pontapé aplicado ao queixo faz com que o segurança acabe sentado na cadeira atirada momentos atrás.

Com a arma em mãos, Zenilo dispara 6 vezes:
- Garrafão d'água;
- um passáro;
- nada;
- janela no canto oposto;
- prédio vizinho;
- a si mesmo, na cabeça.

Zenilo encerra sua fúria contra si mesmo. Bota um ponto final e aperta em publicar.



Bullet in the head - Rage Against the Machine

Nenhum comentário: