eu entrei na cozinha e o rato também. ele tava ali, focinhando vida e eu parado, ainda meio paralizado.
é a primeira vez que eu duelava com um bicho desses.
(por ser pequeno, ele ganha bônus de armadura contra mim).
o rato optou por uma fuga veloz e rasteira para os quartos dos fundos da casa, que ocorreu entre "é, gosto do livro do Dyonélio" e "o Mickey é imensamente mais simpático".
cerquei o perímetro e sei em qual área está. resta agora pôr o rato pra roer grama pela raiz.
mas cada vez que planejo o assassinato do Senhor Rato, ouço o barulho de ossos pipocando.
às vezes, um gemido de vida em fio acompanha.
ele sangra, sabe?
somos ambos mamíferos, temos pelos.
temos ossos que estalam.
optei por uma saída mais shakesperiana: o veneno.
me sinto mal por induzir o Senhor Rato a, em desespero famélico, comer a desvida.
mas é ele ou eu.
que vença o primata.
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