quarta-feira, abril 26, 2006

Veja por exemplo, a questão do maralismo

Veja por exemplo, a questão do maralismo, /ops/ moralismo com os termos de calão enlameado. Ali evidencia-se como o significado social dos termos extrapola qualquer bolota de ferro semântica presa à serifa dos verbetes.

Clareando, é na proibição dos palavrões que dá pra sacar como funciona a mente moralista. E ainda perceber como o significado que o uso dá às palavras desautoriza qualquer dicionário.

Caso exemplar: o clássico, popular e, talvez a única, verdadeira paixão nacional, o lindo vai si fudê. Uma expressão plena e soberana, capaz de transmitir todo nosso desprezo, má-vontade e contrariedade pela opção de nosso interlocutor.

Pessoas que se policiam em momentos de raiva, puritanos, com modos no linguajar, politicamente corretos e legendistas de filme, substituem o nosso querido e amado vai si fudê (existe a variante fono-morfológica vai ti fudê) por um escandaloso vá se danar.

Imagino que uma pessoa que faça tal substituição pense em evitar a sujeira daquele termo, o peso que ele carrega, o seu sentido pra baixo. Por isso, "alivia" o xingamento, trocando o baixo e vulgar, pelo termo usado na novela.

Mas, caros preclaros, pensem bem: existe algo pior que mandar a pessoinha contrafeitora de nossa vontade se danar, ou seja, para o inferno ETERNO da danação, sentado no colo do Coiso-ruim e sofrendo os ardores e dores por todo o além-vida?

Sou muito mais cristão: aqui se fez, aqui se paga: Mando o viado tomar no meio do teu cu e todos ficam felizes.



Road runner - The 5.6.7.8's

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