quarta-feira, janeiro 19, 2005

Rosebud

Acabo de ler que as autoridades confirmaram mais 226 mil mortos no incidente tsunâmico na Ásia. Um incidente de tal força e catástrofe corre o mundo pra lá e pra cá. Incita terror, medo, desespero, piadas, pautas, assuntos de elevador e de blogues.

Têm gente ganhando dinheiro com essa desgraça. Têm aqueles que ganham notoriedade. E, claro, aqueles que ganham umas boas risadas. Always look on the bright side of life, já cantou Brian na cruz.

Orson Welles em 30 de outubro de 1938, fez milhões de americanos acreditarem que a Terra estava sob ataque alienígena. Welles criou uma peça de rádio no formato noticiário à partir da obra de H.G. Wells, o que deu um ar de veracidade superior ao de fantasia para o programa.

Em 1999, uma outra picaretagem semelhante foi desenvolvida pelos produtores do Bruxa de Blair. Reconhencendo seu orçamento baixo (inclusive calotearam os atores), Eduardo Sánchez e Michael Myrick, fizeram um filme com cara de documentário, inventaram uma balela sobre as fitas terem sido encontradas, que os jovens que filmaram não eram atores e tinha de fato desaparecido. O plano deu certo. Mesmo após a farsa desvendada, a curiosidade pública garantiu a bilheteria do filme.

No Chile, 3 coiós sairam gritando de uma praia, dizendo que uma onda gigante se aproximava. Correria geral, eu primeiro, depois eu cato o que sobrar, simbora pras montanhas, desespero, pânico, choro de velhos, adultos, crianças e animais de estimação. Uma mulher, em pânico, teve a capacidade de infartar e morrer.

O rir ficou para os 3 bocós. Obviamente nenhuma onda gigante, talvez uma marola com o cadáver de água-viva fosse o maior grande perigo de la playa.

A excitação em torno do desastre é tão grande que já tem gente ficando longe de poça d'água. Por outro lado há quem ouça Como Uma Onda no Mar ou Wave Of Mutilation e ria divertido.

Always look on the wet side of life...



Bodies - The Smashing Pumpkins

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