eu cortei minha mão com faca ontem. até que foi bom.
não sou alinhado a Sacher-Masoch ou genéricos. mas você vai entender.
eu amanheci com muita dor de cabeça.
tanto que pensei num tempo em que essa era minha colheita do dia. a cabeça que doía.
doía tanto que pensei naquela época que a dor de cabeça era um jornal matutino.
ela doía tanto, que eu até já considerava essa a vida. ela doía tanto que era assim meu dia.
restou aceitar.
e me adaptei.
pessoas têm filhos, pessoas pescam, pessoas têm dores de cabeça diárias.
sempre nos adaptamos.
vive-se em qualquer parte de globo, supera-se a corrida evolutiva. adapta-se ao ambiente. acostuma-se.
como eu tinha me acostumado com a cabeça em combate contra mim, acostuma-se a sempre pedir a mesma pizza no mesmo lugar, a trepar nos dias certos, a beber pra se acalmar.
como acostuma-se as pessoas a trabalhar sem viver.
como acostuma-se a acordar sem a maravilha da novidade deitada a seu lado.
acostuma-se com cansaço, com desgosto.
acostuma-se. habitua-se. adapta-se.
mas minha mão ainda dói e me incomoda.
e isso é bom.
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