quarta-feira, janeiro 05, 2011

Satori em Francisco Beltrão

eu não estava em Francisco Beltrão. eu estava no ônibus, e em vez de acompanhar o movimento do asfalto que voltava pra Curitiba, fui com Jack Kerouac, me deixando levar até a minha cidade natal. em vez de memórias, o que poderia ser uma boa peça litetrária ainda que clichê, fui atrás de saudades e convivências. fui a Beltrão dizer as meus pais que estava tudo certo, fui mostrar a eles que ainda sou seu filho e confirmar que tudo anda bem.

mas o final do livro de Kerouac chegou a mim antes de que eu chegasse a algum lugar. É uma história escrita daquele jeito já conhecido, em um ritmo alucinado. o personagem do livro leva o nome do autor e Kerouac afirma que a história aconteceu quando ele buscava informações sobre a sua família. dessa história totalmente pessoal sai um relato pormenorizado de vários dias que levaram o prosador beatnik a ter seu satori.

 satori é um conceito budista, um momento de iluminação. em um instante, zás, tudo passa ser visto de outro modo, os olhos se limpam e enxergam um mundo novo. eu me interessei por ter um forte flerte com o budismo, pra decepção dos meus amigos ateus. espero que aceitem isso, e cedam a outra face diante de tamanha blasfêmia.

Blasfemo eu induzindo você com um título a acreditar que encontrei meu satori. meus olhos ainda sujos viram o final do livro, minahs mãos imutadas voltaram páginas pra que eu relesse frases, minha razão apegada a entender onde estava o satori, se a iluminação estava entre linhas, se a clareza estava entre caracteres. não, não adianta. o momento passou e foi de outro. a mim restou a boa leitura de Satori em Paris.

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