quarta-feira, maio 24, 2006

As diversas quedas

O moço, tão leve, tom simples, andava pelos campos de soja de Campos Sales.

Caminhava lento, atento aos ramos que dançavam ao sabor do vento.

Passeava a mão, sentia os dedos tocarem cada grão. A densidade, a pureza, a cor de cada planta, nele, e a sutileza.

Os pés tropeçavam no invisível, batiam forte contra si mesmos, conversavam o indizível. O chão quente, como que chamando cada elemento pra si, como alimento, como aumento de si.

Continuou o moço, reto, até que encontrou o poço, mal coberto. Caiu inteiro e desperto. No deserto de viver, sumiu da memória. Sem personagem pra escrever, desaparece da história.

Foi toda sua, inglória, queda.



In time - Cosmic Rough Riders

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