(quantas postagens dessas últimas tem um estrondoso EU no título? mea culpa - e de novo EU)
na minha casa em Francisco Beltrão não tinha música.
meu pai e minha mãe não são músicos, não cantam em coral da igreja e não são fãs de ninguém.
mentira. a nostalgia do meu pai é fãzoca do rei e do tremendão.
mas as necessidades financeiras, tanto as reais quanto as temidas, fizeram de meu pai um homem sem extravagências. e sem se permitir.
e os filhos herdam.
herdei uma casa com som baixo de TV e de nenhuma melodia. hoje me atravanco no ritmo da poesia, no compasso da dança e na eufonia da vida.
minha prima tinha um toca-discos, mas ela levou embora quando não morou mais com a gente. tudo bem, eu não tinha discos.
lembro de ligar pra rádio todos os dias - três vezes - de uma semana pra pedir uma música que gostei.
meus amigos da sétima série (e depois da oitava) vestiam camisetas pretas e falavam sobre bandas; eu ainda salvava o mundo toda a tarde lá em casa.
até que um dia herdei do meu primo revistas de eletrônica e caixas e mais caixas de fitas K7. mas isso é grande e fica pra amanhã.
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